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Pedro Gonçalves pedrogoncalves@entroncamentoonline.pt

 

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal do Entroncamento, muito bom dia, permita-me que em si cumprimente todos os Eleitos locais, convidados, autoridades civis e militares e todos os presentes.

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Porém, não posso deixar de ter uma palavra de saudação em especial, para os deputados da assembleia municipal jovem desta cidade. Sejam bem-vindos, e que façam cumprir a democracia nos anos vindouros.

Que aprendam com abril, com novembro e com todos os erros que cometemos, assim como com todas as coisas boas que fizemos, mas que nunca se esqueçam que a democracia, começa em nós, no respeito e tolerância que temos pelas opiniões dos outros, podemos até não concordar com elas, mas tudo faremos para que eles as possam continuar a ter, porque isso sim, é a verdadeira democracia.

Permitam-me citar Abraham Lincoln

“Um voto, vale mais que um tiro de uma espingarda.”

Que a política e as vossa decisões sejam as vossas armas. É disso que o mundo precisa, uma nova geração que quer enobrecer e dignificar a democracia.

Exmas. Senhoras Exmos. Senhores

Hoje estamos aqui para celebrar a democracia, a liberdade e a pluralidade que abril nos trouxe e que novembro fez crescer!

Sim, há 50 anos, em abril cortaram-se cravos, mas só em novembro do ano seguinte, firmamos a plantação do que realmente se pretendia para a nossa nação, uma democracia plural.

Hoje a nossa nação, enfrenta um dos momentos mais desafiantes dos últimos 50 anos. Fruto de algum desleixe, de se ter dado a democracia como adquirida, foi se deixando alguns erros acontecerem, corrupção, má gestão, influências pessoais, ingerências entre o poder político e o poder judicial, justiça lenta, desinvestimento nas polícias, na defesa nacional, nos professores na saúde entre tantos outros.

E assim como um casamento onde os cônjuges se desleixam, vai se deixando a porta aberta a um divórcio.

Os extremos apareceram, primeiro à esquerda, com sapatinhos de lã, lá foram aparecendo e até influenciaram governos, agora à direita, com vocábulos fáceis e sound-bites que entram nos ouvidos e que fazem bastante ruído.

A desilusão nos políticos é tanta, que hoje quem diga o que as pessoas querem ouvir, é logo um D. Sebastião que vem salvar a nação.

São 50 anos de um casamento com a democracia, mas em que todos os intervenientes precisam de renovar os seus votos. Precisam de se lembrar o que é a democracia, do seu primeiro amor.

50 anos depois, é preciso relembrar, relembrar a todos o que é e não é a democracia, de pensar em que futuro queremos e que passado tivemos, que herança recebemos e que herança queremos deixar aos filhos e netos da democracia.

A democracia não é a corrupção. A democracia não é uma justiça para ricos e outra para os comuns mortais.

A democracia não é o tráfico de influências.

A democracia não é o grito mais alto sobre a opinião do outro.

A democracia não é a mentira.

A democracia não é populismo, nem fascismo, nem comunismo, nem qualquer outro ismo.

A democracia não é a imposição de agendas ideológicas, escondidas por de trás de um novo modernismo,

A democracia não é o denegrir a imagem de outros, para que a minha sobressaia.

A democracia não é o ruído que se faz nós órgãos de decisão.

A democracia não é votar contra uma ideia boa só porque não é a minha ideia.

Bem, então, o que é a democracia?

 

A democracia é respeito ao próximo

A democracia é verdade, é a palavra dada, palavra honrada.

A democracia é fazer ouvir as nossas ações, sem ter de usar palavras.

A democracia é ter uma justiça célere, tanto para uns como para outros.

A democracia é ter cuidados de saúde sem dogmas ideológicos.

A democracia é respeito pelas instituições, pela nação.

A democracia é dignidade.

A democracia é vida.

A democracia é a capacidade de negociar em prol de um bem comum.

A democracia é o ato mais nobre de governar, de propor, de ceder, de negociar, não para o benefício de alguns, mas para o bem-estar de todos.

Citando Adelino Amaro da Costa:

“Pode ser-se moderado na esquerda ou na direita, porque a moderação é um modo de estar em política. E sem moderação não há democracia que sobreviva.”

Urge fazer cumprir o ideal da democracia. Saber escolher de que lado queremos ficar, se do lado dos interesses instituídos e decaídos, se do lado da democracia, do lado de um bem comum.

Necessitamos de uma democracia, onde os verdadeiros democratas apareçam, mais do que

apontadores de problemas, precisamos de fazedores de soluções, mais do que sound-bites e palavras ocas, precisamos de quem pões mãos à obra, mais do que publicações nas redes sociais, precisamos de atitudes pragmáticas que nos levem a soluções.

Precisamos de mulheres e homens, prontos para continuar a viver e fazer a democracia.

Precisamos de pessoas que não fazem politiquice, que enfrentam os problemas de frente e os resolvem, de homens e mulheres que sabem ter elevação no que dizem, mas ainda mais no que fazem.

Basta do diz que disse, basta de reuniões políticas com mais decibéis do que ideias, basta de discurso bonitos, mas de fraca execução, basta de falar, é preciso concretizar.

Que se colha o resultado das sementes lançadas à 50 anos, que se colham os resultados de uma manhã de abril, de uma tarde de novembro.

Que sejamos democratas, hoje e sempre! Que todos nós tenhamos a capacidade de fazer a democracia acontecer.

 

Obrigado a todos os que fizeram, fazem e irão fazer a democracia acontecer.

 

Viva a democracia

Viva a liberdade

Viva Portugal

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