
Numa altura em que o mundo vive momentos de contestação contra o racismo, convém, com certeza, e dentro das capacidades e conhecimentos que temos, ponderarmos sobre este tema e tentar fazê-lo com moderação e bom senso.
Começo por dizer que não sou racista e que o racismo me repugna. Nos dias que correm, muitos habitantes dos países lusófonos chegam a Portugal. Como professor, faço todos os possíveis para lhes dar todo o apoio e tenho a sensibilidade para ver que muitos deles viveram (e vivem) em situações traumáticas. Não olho nem para a cor nem para a raça, são alunos que precisam de apoio, todos por igual!
No entanto, tenho as minhas opiniões sobre estes momentos de convulsão que vivemos…
Toda esta onda de protestos foi desencadeada pela morte bárbara e injustificável de um cidadão negro, morte essa infligida por um polícia branco.
Apesar de George Floyd estar longe de ser um cidadão exemplar e de ter um longo cadastro, tendo sido preso várias vezes por posse de droga e assaltos à mão armada a pessoas e bens (estranhamente ocultado pelos media…), nada justificava aquele fim trágico.
Imediatamente surgiram manifestações contra a violência policial sobre os negros. No entanto, essas manifestações só apontam num sentido, pois segundo os últimos estudos sobre esta matéria, desde 2017 morreram 698 negros e 1268 brancos.
E como explicar que, sob o pretexto da indignação, tenham sido destruídas por manifestantes/delinquentes um número incalculável de vidas, com os assaltos e vandalismo a centenas de estabelecimentos comerciais ou com a destruição pelo fogo de dezenas de edifícios (que em nada ajuda à da causa da opressão policial). E ainda há quem os apoie e se indigne com quem os condena? Como é isto possível? Que bitola moral e ética tem esta gente incorporada?
O que pretendo demonstrar, é que os motins nada têm de encorajador. O racismo existe e deve ser combatido, mas não desta maneira. A “ordem pública”, num país civilizado – e com todos os problemas que os EUA têm, continua a ser um país civilizado – não pode ser imposta através de grupos anárquicos que apenas desejam o caos da civilização. Não há diferença absolutamente nenhuma entre o polícia que assassinou George Floyd ou entre aqueles que assassinaram polícias. Se a raça não faz de alguém criminoso, a farda também não.
É verdade que os negros foram sujeitos à escravatura, mas também temos que ver o contexto histórico em que tal aconteceu, pois era uma prática milenar que os próprios negros praticavam.
E, por falar em contextos históricos, a Guerra Civil Americana terminou com um total de cerca de 620 000 mortos, a mais sangrenta de toda a história dos Estados Unidos, desde 1776 até aos tempos atuais. A base dessa guerra fratricida, foi a abolição da escravatura. Morreram cerca de 360 000 brancos para a libertação dos escravos…
Também não se devem aceitar frases como a do piloto de Fórmula 1, Lewis Hamilton, ao dizer que “Ninguém mexe um simples dedo no meu sector, que é verdadeiramente um desporto dominado por brancos”. Esta frase completamente racista e instigando à diferença da cor de pele, nunca deveria ser proferida por uma pessoa que tem responsabilidades a nível mundial e que deveria ser um exemplo. Este piloto, seis vezes campeão do mundo, trabalha numa empresa automóvel alemã, é verdade que foi construída por brancos, mas também é verdade que esses brancos lhe pagam € 188 863,68 por dia! € 49 194 556,00 por ano! Ainda por cima é uma afirmação falsa, porque a fórmula 1 continua a ter motores japoneses e já teve uma equipa indiana. Por esta ordem de ideias, será que também teremos que rever a NBA, que é completamente dominada por negros? Talvez a natação também tenha que ser revista, uma vez que é dominada por brancos, mas a nível do desporto é melhor ficarmos por aqui…
Para terminar, devo lembrar que o racismo não é só para negros, o racismo é para todas as cores e, esse mesmo racismo, só terminará quando pusermos as cores de pele de lado. Somos todos humanos, com as suas qualidades e defeitos! Somos todos iguais! O que interessa a cor da pele?