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João Fanha Vieira joao.vieira@entroncamentoonline.pt

Estamos a viver momentos difíceis, completamente diferentes, que nos obrigam a ver e a (re)pensar a vida. São momentos de reflexão, são momentos de introspeção e de amadurecimento, enquanto seres pensantes e inseridos numa sociedade onde a proximidade é permanente.

Neste aspeto, devo realçar que a educação tem um papel deveras essencial no que à proximidade diz respeito. O professor está muito longe de só entrar numa sala de aulas e despejar matéria. A interação professor/aluno não é só importante. É indispensável!

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Aprender sem o apoio direto e presencial do professor não é ensino! Ensinar sem sentir o aluno e sem sentir o seu ritmo de aprendizagem, não é ensinar! Desta forma, o ensino à distância será sempre o último recurso a ser utilizado.

Mas, neste momento, é a única solução que temos e é com ela que nos devemos confrontar.

Neste sentido, o Ministério da Educação tem-se revelado inseguro, pouco (ou nada) comunicativo com os professores, preocupando-se mais com a mensagem política do que com a objetividade dos seus processos.

No fundo, e analisando as entrevistas do, finalmente, aparecido Ministro da Educação a sua mensagem é que o Ministério está a fazer tudo, mas não fez nada antes e, portanto, professores e encarregados de educação que se “desenrascassem”!

Acabaram por ser os professores e o Agrupamento que tudo fizeram, à distância, para que o segundo período terminasse de forma pacífica…

Entretanto, surgiu a ideia da telescola… Acho bem. Mas, como vai ser utilizada? Será só um apoio, algo complementar, ou uma forma de sobrecarregar os alunos com informação diversa daquela que o professor poderá estar a lecionar à distância?

Qual a matéria que devem seguir? A da telescola ou a dos professores? Se o horário da telescola coincidir com o horário do aluno para determinada disciplina, qual prevalece?

O professor deverá seguir o ritmo da telescola ou o ritmo do seu grupo disciplinar?

Como é que os professores vão corrigir os trabalhos dos alunos que estão limitados em termos informáticos? Será mais um acentuar do fosso social já criado! Ser for assim, a escola perde toda a democracia que a caracteriza!

Enfim, dúvidas não faltam. Mas, e no meio de tudo isto, qual o papel dos encarregados de educação?

Vão conseguir que os seus educandos permaneçam horas e horas diárias, concentrados, em frente a uma televisão e em frente a um ecrã de computador, todos os dias?

Toda a comunidade escolar está confusa. Não existe uma estratégia nacional definida e de sentido único. Bem à maneira portuguesa…

 

 

 

 

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