A Polícia de Segurança Pública (PSP) realizou, entre os dias 28 de julho e 26 de setembro, a 13.ª edição da Operação “A Solidariedade Não Tem Idade – A PSP com os idosos”, em todo o território nacional.
Esta operação de cariz preventivo é efetuada, anualmente, desde 2012, maioritariamente através dos polícias que integram as Equipas de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV), com o objetivo primordial de detetar, junto da população idosa, casos de fragilidade social, de maior vulnerabilidade física e/ou psíquica e de suspeitas de vítimas reiteradas de crimes.
Não obstante as ações de sensibilização e os contactos individuais de prevenção criminal realizados pelas EPAV ao longo de todo o ano junto desta franja da população, durante o decorrer da operação é intensificado o contacto direto e o diálogo com a população mais idosa (+65 anos), visando a deteção, tão precoce quanto possível, de indicadores de risco, bem como a promoção do apoio imediato e necessário através de respostas concertadas com as entidades parceiras.
Nesta operação foram realizados 2 824 contactos individuais de prevenção criminal, dos quais resultaram a sinalização de 559 idosos. Destes, 481 foram encaminhados de imediato para instituições de apoio social e 391 encontravam-se em situações de risco. Destas situações de risco destacam-se 140 por falta de autonomia, 67 por serem vítimas da prática reiterada de crimes, 66 por quadro clínico grave e 44 por ausência de rede de contactos.
Desde o início do ano foram efetuados 6 654 contactos individuais com idosos, 3 590 dos quais foram realizados nas suas residências, o que corresponde a 54% da totalidade dos contactos individuais efetuados pela PSP no âmbito do Programa Apoio 65 até ao momento.
3.785 do total dos contactos individuais realizados resultaram da iniciativa e proatividade das EPAV, com o objetivo de contactar os idosos e avaliar o seu sentimento de insegurança, fornecer conselhos de autoproteção e de promoção da segurança e avaliar situações de especial vulnerabilidade.
No seguimento dos contactos individuais de prevenção criminal realizados ao longo do ano foram sinalizados 757 idosos (240 homens e 517 mulheres). Entre os vários motivos que desencadearam as sinalizações destacam-se:
– 240 por isolamento geográfico e/ou social;
– 422 por falta de autonomia ou autonomia reduzida);
– 111 por serem vítimas da prática reiterada de crimes.
De um modo geral, os idosos, pelas suas limitações de locomoção e fragilidades psíquicas, tornam-se vítimas preferenciais em relação a crimes contra o património (roubo, burla, extorsão), contra a liberdade pessoal (ameaça, coação, sequestro) e contra a integridade física (ofensa à integridade física, violência doméstica, maus-tratos). A estas vulnerabilidades associam-se, pontualmente, as de cariz económico, materializadas em frágeis condições de habitação, higiene, saúde pública, saúde individual (muitas vezes dependentes de medicação regular) e/ou alimentação. A sensação de abandono (solidão) e o flagelo social do isolamento, próprio das grandes urbes, associado à consciência que a pessoa idosa tem das suas vulnerabilidades e da incapacidade para as superar autonomamente, agravam o risco de (re)vitimização. E todas estas variáveis, sem um círculo familiar e/ou de vizinhança ativo e solidário, potenciam as situações de anonimato que inviabilizam eventuais intervenções de natureza assistencial, podendo mesmo, por vezes, culminar na morte do idoso.
Os polícias das EPAV procuram recolher indícios que apontem para algum destes indicadores de risco, informação essa que posteriormente é partilhada com as entidades parceiras com capacidade de intervenção neste domínio, instituições locais de apoio/assistência social ou serviços médicos, salvaguardando as áreas de intervenção próprias de cada uma. A par deste esforço de pesquisa, estes polícias são, muitas vezes, a única companhia ou “cara amiga” que estes idosos têm, tornando-se nos seus confidentes, amigos e familiares. Esta proximidade que se cria entre Polícia e cidadão é a verdadeira essência do policiamento de proximidade e uma das principais missões da PSP.
Complementarmente, a PSP continua a disponibilizar o programa Estou Aqui Adultos, iniciado em 2015 em parceria com a Fundação Altice, destinado a pessoas com potencial de perturbação da referenciação espácio temporal. Esta ferramenta de segurança permite promover o reencontro célere da pessoa aderente com a respetiva família ou instituição de apoio. Desde o início do programa a PSP já promoveu o reencontro com as suas famílias de mais de 115 pessoas que se encontravam perdidas ou desorientadas.
Desde 2015, até à presente data, já foram atribuídas mais de 21 000 pulseiras. Em 2025 já foram atribuídas 3101 pulseiras. Pode ser encontrada informação adicional e aderir ao programa em http://estouaquiadultos.mai.local/Pages/Home.htm.
Por fim, e celebrando-se hoje o Dia Internacional da Pessoa Idosa, a PSP recorda ainda que todos os cidadãos podem denunciar qualquer suspeita de crime, especialmente se direcionado contra pessoas idosas, através dos e-mail proximidade@psp.pt ou violenciadomestica@psp.pt e ainda presencialmente em qualquer Esquadra da PSP.
Redação















