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Há quatro anos atrás, em plena pandemia, proibia-se a celebração da Páscoa – sendo que Páscoa significa libertação da escravidão -, enquanto “130 escolhidos” celebravam no parlamento  da esquerda o seu “25  de Abril”. Ah!  A esquerda  também  foi autorizada a celebrar o “Primeiro de Maio”, com “certas recomendações”.  A mesma democracia  que decretava o “estado de emergência” criava assim  situações mais excepcionais do que outras. O Estado,  auto-proclamado laico, teima há  muito em fazer de conta que a sociedade, a qual  não é laica na sua esmagadora maioria, é uma coisa à parte do Estado. Mas não é!
Na altura esgrimiram-se argumentos (os líderes da esquerda). Que a democracia não estava suspensa e, por aí fora…
Porém , a lei também não estava suspensa, nem o perigo do contágio estava suspenso. Ferro Rodrigues, do alto da sua cátedra,  denunciando alguma irritabilidade  perante as vozes críticas que se faziam ouvir dada a incoerência da argumentação,  falava  “de uma maioria que quer festejar Abril”. Era o Abril dele contra os outros. Isso não é Abril. Já sei que muitos irão aqui discordar. É natural.
A questão de fundo é simples .
O regime saído da “revolução marxista” alimenta os “quadros” da esquerda em muitos sectores da sociedade e é ponto de ordem manter o ritual de Abril…
O “movimento de rancho” aventureiro que de forma completamente irresponsável  quis instalar em Portugal uma ditadura marxista viu goradas as suas expectativas e intentos com o 25 de Novembro de 1975. Esse, sim, é  o momento decisivo para o virar de página no sentido da liberdade.
Nos últimos dias temos assistido a algumas “indignações” face à condecoração póstuma do primeiro Presidente da República do período dito revolucionário, isto é, Spínola.
Apesar da dita ter sido publicada no Diário da República e de ter sido divulgada na página institucional das ordens  das condecorações, a imprensa do costume, de esquerda,  acusou o “secretismo” da iniciativa marcelista. Vem ao caso citar o 11 de Março de 1975, movimento  de contra -revolução período em que o General terá sido informado alegadamente pelos serviços secretos de Espanha da chacina que se preparava aqui para os oficiais de direita.  Spínola teve de fugir para o país vizinho. Otelo, o conhecido “Óscar”,  figurada  ligada ao “Projecto Global” cujo braço armado eram as criminosas FP25  acabou mais tarde como  se sabe amnistiado com a ajuda do “bochechas”.  Desta época convém recordar ainda o tribunal revolucionário criado para julgar o 11 de Março com a Lei 9. É engraçado como esta corja fez um programa das Forças Armadas em que se previa entregar ao povo o poder democrático mas rapidamente o esqueciam sempre que dava jeito.
A lei 9 ( que de constitucional nada tinha) arrogava-se de  plenos poderes revolucionários para julgar. Sabemos que a pena de morte foi mantida na lei do Código de Justiça Militar até 1977. E que em 1981 ainda se treinavam pelotões de fuzilamento nos quartéis.
É sintomático que passados 50 anos sobre a aventura marxista de Abril o parlamento seja constituído por uma maioria qualificada de direita. Vê-se espuma a sair da boca dos jornalistas comentadores e deputados mais radicais de esquerda em cada comentário sobre o Governo ou a direita.
A deriva marxista de Abril era uma tonta utopia.
As gerações mais novas não estão para estar sujeitas a disciplinas partidárias e a ideologias que castram a liberdade do Homem.
Marcelo Caetano estava a levar a cabo uma “Primavera” a qual abortou porque os movimentos terroristas eram apoiados militarmente por potências mundiais interessadas nos recursos naturais dos territórios não autónomos administrados por Portugal.  E não só. A Guerra fria tinha a sua cartilha ideológica.
O 25 de Abril entregou as ditas colónias a movimentos terroristas que nos casos de Angola, Moçambique e Guiné levaram a guerras sanguinárias. E onde não houve qualquer respeito pelo direito à autodeterminação dos povos. Porque assim o pensaram fazer. Em cima  do joelho.Em vez de entregarem a situação às Nações Unidas abandonaram os territórios e as populações à sua sorte. E abandonaram os retornados quantas vezes como caça fácil para os déspotas africanos.
É uma tremenda hipocrisia dizerem que o 25 de Abril foi uma revolução sem sangue.
É mentira!
As massas deixam-se influenciar  e aderem aos chamados líderes e manipuladores
 Já assim foi em 1917  no leste.  Também na questão espanhola nos anos 30.
Anda aí uma grande propaganda nas editoras para festejar os 50 anos de Abril
 Com uma campanha agressiva junto das escolas.
No fundo, fazem todos parte da mesma “escola”…
Termino,  com uma ideia central a de que  o 25 de Abril tem na sua génese uma lógica marxista. E que o livro de Spínola foi uma espécie de “cavalo
de Tróia” a que a esquerda se agarrou então.
Passados 50 anos temos uma classe política que tomou conta do Estado e temos um sistema corrupto que se autoprotege.
Nada é irreversível na história humana. Portugal sempre haveria de resolver os problemas que existiam e nos criaram nas décadas de  60 e 70.  Hoje, as populações das antigas colónias ou províncias – como queiram- estão melhor do que estariam connosco?
Corrupção e subdesenvolvimento!…
Já deixei de acreditar em contos…
José Luz (Constância)
PS- Não uso o dito AOLP. Nos últimos anos aprendi imenso com a desclassificação de documentos do período revolucionário.
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