Nos dias 26 e 27 de novembro decorreu, na Biblioteca Municipal de Tomar Dr. António Cartaxo da Fonseca, o I Encontro da Rota dos Templários Portugal, dedicado ao tema “Experiência Turística e Património Templário”.
Organizado pelo Município de Tomar, em parceria com a CIM Médio Tejo e alguns parceiros institucionais, entre os quais: a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal e o Turismo de Portugal, o encontro reuniu cerca de uma centena de participantes e assumiu-se como um momento determinante para a consolidação da Rota dos Templários enquanto produto turístico estruturante, assente na cooperação entre territórios.

Na sessão de abertura, que contou com a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Tomar e da vice-presidente da Turismo do Centro de Portugal, foi sublinhada a importância estratégica desta Rota para a afirmação do património templário português no contexto europeu.
Nas palavras do autarca de Tomar, o encontro foi “um passo indispensável para consolidar a Rota como produto turístico estruturante, baseado na investigação, na inovação, na sustentabilidade, no envolvimento das comunidades e na cooperação entre territórios”.
“Estes dois dias são a oportunidade de reforçar este projeto em crescimento e com potencial para colocar Portugal no centro das grandes rotas templárias europeias. O desafio é grande, mas a oportunidade é ainda maior”, salientou Tiago Carrão.
Por sua vez, Anabela Freitas, da Turismo do Centro, afirmou que estes encontros “são determinantes para a capacitação de quem acolhe nos locais com presença templária (…) sendo que é importante termos cada vez mais operadores qualificados”.
O primeiro painel, “Conhecer o Património Templário”, fez o enquadramento histórico e patrimonial da temática, com intervenções de Joana Lencart, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto “A Herança Templária em Portugal”, de Elisabete Gameiro, do Convento de Cristo “Convento de Cristo: Um Pilar do Legado Templário em Portugal e o seu Valor Turístico” e de Emanuel Campos, do Município de Mogadouro “Templários no Alto Douro: O Castelo de Mogadouro”.

Seguiu-se o painel “Interpretação e Mediação”, dedicado à forma como o património é comunicado e experienciado, onde se apresentou o processo de estruturação da Rota dos Templários e várias ofertas turísticas de operadores privados. Carlos Martins, da Opium, expôs o “Desenho de itinerários e estruturação da Rota Templários Portugal”, enquanto Miguel Marques, dos Caminhos da História, Jorge Rodrigues da Templar – Rotas e Destinos Turísticos e Teresa Nicolau, do Tesouro d’Almourol, partilharam exemplos concretos das experiências que dinamizam.
Durante a tarde, o painel “Inovar na Experiência Turística” deu a conhecer novas ferramentas e abordagens para uma vivência mais imersiva da Rota dos Templários e da oferta existente no Médio Tejo. José de Melo e Faro Lucas, da EDIGMA, apresentou “Turismo 4.0 | O Caso Prático da Rota dos Templários no Médio Tejo”, sublinhando o papel da tecnologia. Filipe Pires, da Associação Thomar Honoris, falou sobre “História Viva: Inovação Turística com a Thomar Honoris”, evidenciando a importância da recriação histórica e João Gomes, da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, abordou “Gastronomia histórica: fator de atração e diferenciação”, destacando a cozinha de inspiração medieval como marca distintiva da oferta.
O último painel, “Trabalhar em Rede e Envolver Comunidades”, centrou-se na cooperação entre territórios e no envolvimento das populações na construção de rotas temáticas sustentáveis e inclusivas.
Sandra Oliveira, da Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Invasões Francesas, apresentou os Itinerários Napoleónicos Portugal, Rosário Machado, diretora da Rota do Românico, partilhou o processo de afirmação desta rota como referência nacional. Ana Soares, do Município de Tomar, apresentou a evolução da Rota dos Templários Portugal e Ana Bento, do Município da Lourinhã, trouxe o exemplo do Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, sublinhando as suas práticas de acessibilidade como boas práticas de inclusão.
O final da tarde foi marcado por uma degustação comentada de gastronomia medieval, dinamizada por Eduardo Vicente e Luís Gomes, da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, no âmbito das “Oficinas de Gastronomia Histórica”, proporcionando um momento diferenciador aos participantes.

O encerramento formal dos trabalhos do primeiro dia contou com intervenções de Miguel Pombeiro, em representação da CIM Médio Tejo, e de Leonor Picão, em representação do Turismo de Portugal, seguindo-se uma visita à experiência de vídeo mapping, instalada na Torre de Dornes.
No segundo dia do Encontro, o programa desenrolou-se integralmente no terreno, com visitas ao património templário da região do Médio Tejo, designadamente ao Convento de Cristo, ao Castelo de Almourol e aos dois centros de interpretação dedicados à temática templária, em Tomar e Vila Nova da Barquinha, respetivamente.
Estas visitas técnicas permitiram reforçar a articulação entre o conhecimento académico, a conceção de produtos turísticos e a experiência concreta dos visitantes, consolidando a visão integrada que esteve na base de todo o encontro.
O I Encontro da Rota dos Templários Portugal afirmou-se, assim, como um marco no caminho de valorização e promoção do património templário nacional, reforçando o compromisso das entidades organizadoras e parceiras em continuar a trabalhar em rede para projetar o Médio Tejo e Portugal no mapa das grandes rotas templárias europeias.
A Rota dos Templários Portugal é apoiada através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do Programa Regional Centro 2030.















