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As grávidas do Médio Tejo e do distrito de Santarém estão a enfrentar um dos períodos mais difíceis do ano no acesso a cuidados de urgência em obstetrícia e ginecologia. As limitações, que já se fazem sentir desde esta semana, vão prolongar‑se pelo menos até 1 de janeiro, segundo informação disponível no Portal do Serviço Nacional de Saúde.

No Hospital Dr. Manoel Constâncio, em Abrantes, a urgência de obstetrícia e ginecologia encontra‑se atualmente com acesso condicionado, o que significa que apenas são atendidas situações internas ou casos encaminhados pelo INEM. As utentes que se desloquem por meios próprios não terão acesso ao serviço. A situação agrava‑se durante o fim de semana: este sábado e domingo, a urgência estará totalmente encerrada, reabrindo na segunda‑feira, embora novamente com funcionamento limitado até quarta‑feira. No dia 1 de janeiro, o serviço volta a estar completamente fechado.

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O cenário não é melhor em Santarém, onde o Bloco de Partos do Hospital Distrital permanece encerrado até ao início do ano, com uma única exceção: o serviço estará disponível apenas no dia 30 de dezembro, voltando depois a fechar até 1 de janeiro. Esta situação coloca todo o distrito numa posição particularmente vulnerável, já que duas das principais unidades de referência para grávidas estarão simultaneamente sem resposta plena.

A nível nacional, este não é um caso isolado. De acordo com dados consultados pela agência Lusa e divulgados por vários meios de comunicação, incluindo a Antena Livre, cinco urgências de obstetrícia e ginecologia estarão encerradas este fim de semana, entre elas as de Abrantes e Santarém. A pressão sobre as equipas médicas, a falta de especialistas e a dificuldade em assegurar escalas completas continuam a ser apontadas como causas estruturais para estes encerramentos.

A situação tem motivado preocupação crescente entre autarcas e utentes. Em declarações anteriores, o presidente da Câmara de Abrantes já tinha alertado para o impacto regional do encerramento da maternidade, lembrando que o Médio Tejo depende fortemente da capacidade de resposta desta unidade hospitalar.

Com o virar do ano ainda sem garantias de normalização, as grávidas da região são aconselhadas a contactar previamente o SNS 24 ou o INEM antes de se deslocarem a qualquer unidade hospitalar, para evitar situações de risco ou deslocações infrutíferas.

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