A Câmara Municipal de Torres Novas manifestou oposição ao possível encerramento do Serviço de Urgência de Pediatria na unidade hospitalar da cidade, integrado na ULS Médio Tejo, no âmbito da proposta de revisão da Rede de Referenciação Hospitalar – Pediatria.
Em contributo submetido a 7 de novembro de 2025, a autarquia liderada por José Trincão Marques sublinha que mais de 50% das crianças da área da ULS Médio Tejo residem nos concelhos de Alcanena, Torres Novas, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha, reforçando a centralidade demográfica da unidade. A Câmara alerta que o encerramento obrigaria muitas famílias a deslocações mais longas, comprometendo a equidade e acessibilidade aos cuidados pediátricos.
Posição do Ministério da Saúde
De acordo com o Ministério da Saúde, a proposta de reorganização da rede pediátrica foi elaborada pela Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente e esteve em consulta pública até 10 de novembro. O objetivo central é reduzir desigualdades regionais, assegurando que todas as crianças tenham acesso a cuidados hospitalares adequados às suas necessidades, com melhor articulação entre unidades e reforço dos recursos onde são mais escassos.
O documento não define ainda decisões finais sobre cada hospital, mas propõe uma distribuição racional dos serviços, garantindo que os casos mais complexos sejam acompanhados em unidades com equipas experientes e acesso a subespecialidades pediátricas.
Reações locais
Além de Torres Novas, outras autarquias como Barcelos e Guarda também contestaram alterações previstas, defendendo a manutenção das respetivas urgências pediátricas. No Médio Tejo, já foi lançado um abaixo-assinado com milhares de assinaturas e convocado um protesto para exigir que os serviços continuem ativos.















