Mais de trinta pessoas se juntaram, no dia 10 de maio, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, para o workshop “Questões Legais da Violência Doméstica”, dinamizado por Elisabete Brasil, jurista da União de Mulheres Alternativa e Resposta.
A sessão, integrada no âmbito do “Projeto Maria” da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, foi bastante participada e com várias abordagens e perguntas sobre o tema, ficando presente a mensagem que: “o que sabemos da violência doméstica é só a ponta do icebergue”. E, portanto, momentos como os que se viveram no Sardoal, no dia 10 de maio, se revestem de grande importância.
“Estas sessões são muito importantes, porque dotam não só as pessoas, que trabalham diretamente com as vítimas, com mais conhecimento, reciclando e validando o que já têm na sua bagagem técnica, mas também, para outras pessoas que são parceiras e ficam melhor preparadas para poderem encaminhar”, disse Elisabete Brasil.
Para a jurista, as sessões do “Projeto Maria” que estão a decorrer pelo Médio Tejo, “são também espaços de autoavaliação e autoconhecimento”, porque os participantes ficam “a conhecer-se melhor” e “os recursos que dispõem”.
“Quando se estabelece esta relação mais pessoal há também uma maior confiança por parte dos profissionais, o que facilita uma maior interação e de confiança para encaminhar e acreditar que é possível evitar e chegar a níveis residuais de violência doméstica”, referiu.
Sobre o tema da sessão: “Questões Legais da Violência Doméstica”, Elisabete Brasil afirmou que quis “esclarecer algumas questões que podem ser contributos ao pensamento. No nosso dia-a-dia agimos muito, muito e muitas vezes não temos oportunidade de pensar e estes momentos levam-nos a isso, a parar para pensar”.
Para a jurista outro objetivo passou por “passar uma mensagem positiva de reforço ao trabalho que fazemos e que com a nossa ação e com a ação de todas as pessoas, que direta ou indiretamente lidam com o problema, seremos capazes de diminuir as cifras negras brutais da violência doméstica”.
Por último, Elisabete Brasil lembrou que “há uns tempos, somente as pessoas que trabalhavam o tema da violência doméstica é que debatiam sobre esta questão e o que fomos percebendo é que a violência doméstica é algo transversal e que ocorre em toda a sociedade. Todos os serviços públicos e privados acabam por lidar com as vítimas quer direta, quer indiretamente”.
“Percebemos que estarmos atentos aos sinais, saber sinalizar e encaminhar é muito importante. Portanto, comunidades informadas e que sabem identificar e sinalizar são comunidades mais apoiantes daquilo que é uma luta de todos e de todas contra a violência doméstica”, finalizou.
Os diferentes workshops do “Projeto Maria” vão continuar. As sessões carecem de inscrição para formacaocimt@cimt.pt e são de entrada livre e gratuita.
O próximo workshop, subordinado ao tema “Vítimas Particularmente Vulneráveis”, decorrerá no dia 6 de junho, entre as 10h00 e as 17h00, no Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, em Mação”.
O evento será dinamizado por Dália Costa, professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa.
No dia seguinte, 7 de junho, o tema das “Questões Legais da Violência Doméstica” regressa novamente com Elisabete Jardim, jurista da União de Mulheres Alternativa e Resposta, mas desta vez à Sala de Formação do Pavilhão Municipal em Tomar, entre as 10h00 e as 17h00.
O público-alvo serão todos/as os/as agentes locais: técnicos/as que intervêm nas estruturas de apoio e acompanhamento a vítimas de Violência Doméstica; técnicos/as dos municípios da área da ação social; CPCJ; PSP; GNR; Segurança Social; IEFP; Bombeiros; Profissionais das respostas de saúde; Procuradorias da República; Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais – equipa do Médio Tejo; Santa Casa da Misericórdia; Cruz Vermelha Portuguesa e Associações Locais.
O “Projeto Maria” é financiado pelo PO ISE – Programa Operacional Inclusão Social e Emprego.