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Nas cerimónias de celebração do 79.º aniversário do Entroncamento, o discurso de Jorge Faria foi um balanço sobre os seus 12 anos à frente dos destinos da autarquia deixando farpas à oposição por ter chumbado projetos “estruturantes”, quer na habitação quer no serviço social. Também foi reforçada a ideia da necessidade de uma maior participação cívica por parte dos cidadãos e cidadãs por forma a evitar populismos e radicalismos.

O presidente da Assembleia Municipal, Luís Filipe Antunes (PS), foi o primeiro a discursar e privilegiou o destaque ao “que temos de melhor, recursos humanos qualificados, juventude, qualidade de vida, investimentos significativos em equipamentos culturais e desportivos, educação e a valorização da identidade ferroviária”. Luís Filipe Antunes criticou o que entende ser a transmissão “para a comunidade (…) da ideia de uma discussão partidária negativa, radicalizada e não se fala sobre as coisas mais importantes”.

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O presidente da Assembleia, falou, também, sobre “um tempo marcado por rápidas alterações climáticas afetando sobretudo as populações mais carenciadas”, sobre o sentimento de “insegurança” tendo, sobre esta matéria, alertado para “uma falta de recursos humanos”. Quanto à imigração, afirmou ter sido uma “dimensão não esperada e que nos surpreende”, “com impacto significativo nos serviços sociais”. Associou o negativismo patente na comunidade em relação à imigração e insegurança a “ruído” tendo afirmado que esta última é fruto de “demagogia e radicalismo”.

No final atirou: “Portugal não tem cor nem raça, nunca teve. O patriotismo não é uma exclusividade de qualquer força partidária, resta-nos o respeito pela diferença. Olhamos para os imigrantes como um necessidade, um garante para a economia, para a sustentabilidade da segurança social” e uma mais valia para a diversidade cultural do país.

Jorge Faria em jeito de balanço e com farpas lançadas à oposição

O presidente da Câmara Municipal do Entroncamento (CME) aproveitou a ocasião para fazer um balanço dos 12 anos de governação neste que foi o último aniversário da cidade enquanto líder da autarquia.

Completam-se hoje, também, 12 anos em que comecei a ter a honra de servir a cidade”, agradecendo à “equipa, vereadores, gabinete de apoio, Mário balsa, e todos os outros que têm dado um contributo muito importante” para o projeto que lidera realçando que o elenco executivo mantém “praticamente a mesma equipa, com apenas alguns ajustes, caso raro noutras autarquias”.

O autarca destacou ainda as associações desportivas, sociais, culturais de solidariedade do concelho, “sempre disponíveis” para os desafios que lhes são lançados, “o nosso trabalho não poderia ser desenvolvido sem o vosso trabalho”. “A nossa missão estratégica foi sempre centrada nas pessoas” e regozijou-se com as várias distinções que a autarquia recebeu ao longo dos anos, destacando o estatuto de Cidade Educadora (desde 2021) porque “colocamos a educação no centro das nossas políticas, porque temos a consciência que a educação é um elevador social”, o Galardão de Autarquia Familiarmente Responsável ou o Prémio de Boas Práticas de Envelhecimento Ativo e Saudável. Por fim, destacou que “no passado dia 22 (o Entroncamento) foi um dos três municípios distinguidos como prémio de parceiro de excelência” da Associação de Futebol de Santarém na gala dos 100 anos da mesma.

Na longa lista de projetos que optou por destacar, Jorge Faria acabou por fazer críticas à oposição “que chumbou o Clds 5G (Contratos Locais de Desenvolvimento Social), quando tínhamos meio milhão de euros assegurados” ainda não percebi porquê” e a construção de 100 fogos habitacionais, no valor de 18 milhões de euros financiados a 100%.

Do lado das metas cumpridas, falou sobre a compra do cineteatro, a galeria municipal, a aposta na educação e “situação financeira estável e sustentada”. Aproveitou para anunciar que o orçamento para 2024, que foi entregue aos representantes do município para ser avaliado será “o maior orçamento de sempre” porque, segundo disse “é agora que temos a disponibilidade do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência).

Forte investimento em 2025 e apelo à participação cívica com o populismo à porta

No último ano de mandato vamos aproveitar as oportunidades essencialmente dos fundos comunitários”, começou por afirmar o presidente da CME. Entre os investimentos previstos destaque para a conclusão dos 120 fogos, “64 já em conclusão”, “iniciar a obra da reabilitação dos blocos habitacionais na rua General Humberto Delgado, quase 20 milhões financiados completamente pelo PRR, (…) início da obra da nova centralidade da nova biblioteca municipal, conclusão da esquadra da PSP” e, na área da educação, no orçamento, estão “incluídos os projetos a desenvolver para o jardim de infância e escola básica Sophia de Mello Breyner, em conjunto com o agrupamento de escolas” bem como a reabilitação e ampliação da escola secundária”.

Vereador Luís Forinho (de óculos de sol)

Jorge Faria, perante um salão nobre cheio, nomeadamente com o seu executivo e vereadores eleitos por outros partidos, reforçou e reafirmou “o apelo a uma maior participação ativa cívica, e não ceder a populismos” recebendo as palmas dos presentes sob o olhar de Luís Forinho, deputado independente mas eleito pelo partido Chega que ficou à porta do salão nobre de óculos escuros e com uma camisola ligada ao ideal neonazi do grupo 1143.

Homenagem a funcionários

Nota ainda para a homenagem do município aos funcionários e funcionárias que celebraram 25 e 35 anos de trabalho ao serviço da autarquia, 11 e 1 respetivamente.

Texto e fotos: Ricardo Alves

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