
O Dodge Challenger é um automóvel que imediatamente reconhecemos como sendo um carro “american muscle”, e é comumente conhecido como o “carro do Vin Diesel”, dado que a sua personagem na saga velocidade furiosa, Dominiq Toretto, conduz sempre um.
O design exterior do Challenger é típico americano com umas dimensões enormes, mas também algo com linhas simples mas muito agressivas.
A parte dianteira é a que gosto mais e a que acho mais agressiva. Para começar é enorme e depois temos o “olhar de matador” das óticas do carro. Depois temos também um capot com umas entradas de ar enormes e verdadeiras, nada de show off como temos nos Europeus! Deixo só o aparte de que as óticas interiores, no modelo Hellcat elas não têm farol, mas é sim aberto funcionando como uma entrada de ar extra para o motor.
Na parte lateral, apesar de ser um coupé, verificamos que é um carro bastante comprido. Dispomos de umas jantes de 20 polegadas, mas o Challenger é capaz de “calçar” até jante 22. Conseguimos ver ainda os alargadores junto das rodas que deixam o carro bastante agressivo. Estes alargadores vêm de origem no modelo mais potente Hellcat, mas a Dodge permite a sua instalação em modelos mais baixos como extra.
A parte traseira, mais uma vez é enorme e imponente. Aliás, tudo neste carro é enorme! Tal como na parte dianteira é uma traseira muito simples, sem grandes formas (nem um difusor temos), mas que mete respeito pela sua imponência. A grade que temos na janela traseira é também um extra que vem do pack Hellcat.
O design interior também é muito simples mas eficaz. Digo eficaz porque da consola central para o lado esquerdo tudo está orientado para o condutor, e existe uma clara divisão entre condutor e passageiro. Por exemplo, a zona do ecrã de infotaiment está propositadamente inclinado para o condutor. A consola central também tem uma espécie de pequeno muro a dividir o lugar do passageiro e condutor, deixando o condutor na sua bolha de funcionalidade. O que me surpreendeu bastante no interior foi a qualidade dos materiais e de construção. Tudo está solidamente montado e os materiais são bons, ao contrário de que ouvimos por aí dizer. O tablier está completamente coberto por material suave, assim como nas portas, sendo que nestas apenas temos os plásticos mais junto ao chão. A consola central por sua vez está coberta de pele bastante almofadada e com efeito de pesponto.
Nos bancos traseiros também existe alguma qualidade de materiais, mas o que mais me surpreendeu foi de facto o espaço. Eu achava que iria ter o mesmo espaço que num Porsche 911 ou num Nissan GT-R mas não! O banco do condutor mesmo estando na minha posição de condução normal não me chega a bater nos joelhos, e o espaço para a cabeça também é ótimo. Sendo que o carro é largo, levar três adultos também é possível, no entanto não recomendado pois o desnível no solo no banco central é muito grande. Falando no espaço mas de carga, o Challenger dispõe de 459lts de bagageira, bastante prático para um desportivo coupé.
No que toca às tecnologias o Challenger já conta com todas as ajudas à condução como a manutenção da faixa de rodagem, cruise control, avisador do ângulo motor, detenção de obstáculos etc. Realço a câmara de marcha atrás que tem uma resolução muito boa! Ou a resolução deve-se à própria câmara ou aos gráficos do ecrã, ou ambos, pois notei que o ecrã tem ótimos gráficos. Já que falo no ecrã aproveito para falar no sistema de infotaiment não é dos mais completos mas tem tudo o que necessitamos, ou seja, controlo sobre as definições do carro, media, android auto, etc, e a velocidade de processamento é ótima. Só acho que para os dias de hoje talvez merece-se um ecrã de maiores dimensões.
Por sua vez o painel de instrumentos é analógico, tendo apenas um ecrã no meio dos mostradores. Eu gosto bastante assim pois a parte analógica remete-nos para os muscle cars dos anos 70 e 80, com os seus números e aspeto retro. Na parte central temos então o ecrã com o computador de bordo onde nos apresenta os consumos, informação sobre temperatura do motor e óleo, etc, e algo típico de carros desportivos que é contar o tempo dos 0 aos 100 km/h, entre outros mostradores desportivos.
O Challenger SXT 3.6, vem equipado com um motor V6 com 3600 cilindrada, ou seja, o motor mais Europeu que equipa o Challenger, sendo que existe uma longa variedade de motores V8 que começa no Hemi 5.7 com 372cv presente no Challenger SRT e que vai até ao Hemi Supercharged 6.2 cin 1025cv do Challenger Demon.
Mas uma coisa que se verifica de verdade é que os muscle cars são de facto carros apenas para andar em frente pois eles não curvam…. Pelo menos o Challenger, foi apenas o único muscle car que testei até ao momento.
Em percursos urbanos o Challenger é bastante bem comportado e podemos viver com ele no dia a dia, pois apesar da força que o carro tem a caixa de velocidades tem trocas muito suaves, o que o torna num carro bastante civilizado. A única coisa não civilizada é o barulho constante que temos do enorme motor. Para além disso a suspensão é bastante suave, o que se torna bastante confortável quando apanhamos empedrados e lombas, algo que temos muito dentro das nossas cidades.
Em auto estrada também é bastante confortável mais uma vez graças à sua suspensão, e também aos bancos, que apesar de serem baquets são muito confortáveis. Sem ser barulho do motor também não temos muito barulho da deslocação do vento nem do rodado, ou então é o barulho do motor que abafa todos os outros barulhos (o mais provável).
Numa condução desportiva esta suspensão muito suave não ajuda muito. O carro tem imensa força a puxar, mas assim que atacamos uma curva temos que nos acalmar pois o carro acusa o seu peso e tamanho, e a suspensão não sendo firme não acompanha. Em suma, a condução desportiva limita-se a andar em frente ou a fazer grandes arranques. No entanto não convém abusar muito, pois a média fazendo uma condução regrada ronda os 15lts por 100 kms! Para se ter uma noção, o tanque de combustível é de 70 litros, tinha meio depósito e a autonomia registada era de 180 kms.
O preço base do Challenger é 27 856€, e a versão ensaiada custa 32 183€. Deixo a nota de que estes preços foram convertidos de dólares, visto que a Dodge não vende na Europa e todos os seus carros terão que ser importados. Como tal terá também que se ter em conta os custos de legalização que rondará os 20 000€. O Challenger na motorização ensaiada paga 759,56€ de IUC.
































