A GNR lançou um novo alerta à população para as burlas no arrendamento de casas de férias, fenómeno que ganha expressão durante os meses de verão. A força de segurança reforça os conselhos de prevenção e divulga dados atualizados sobre a evolução deste tipo de crime em território nacional, com destaque para os distritos mais afetados e os números mais recentes, incluindo Santarém.
Entre 2023 e o primeiro semestre de 2025, a GNR registou um total de 436 casos de burla relacionados com o arrendamento de imóveis para férias, distribuídos por todo o país. Faro (95 casos), Porto (79) e Braga (70) lideram a lista de distritos mais atingidos, mas o fenómeno revela uma presença alargada em praticamente todo o território nacional.
Em Santarém, foram identificadas 9 ocorrências em 2023, 11 em 2024 e 1 até junho de 2025, refletindo uma ligeira oscilação ao longo dos anos, embora com uma tendência de abrandamento no corrente ano. A nível nacional, a GNR destaca uma redução de 16,8% no número de burlas entre 2023 (214 casos) e 2024 (178), associando esta descida à eficácia das campanhas de prevenção e ao trabalho de sensibilização realizado junto da população mais vulnerável.
Apesar da redução global, o crime mantém-se uma preocupação central. Só em 2023, a GNR deteve 60 pessoas por burlas no arrendamento de casas de férias, número que baixou para 29 em 2024 e para 12 nos primeiros seis meses de 2025. Também o número de suspeitos identificados acompanhou esta tendência: 140 em 2023, 138 em 2024 e 33 em 2025 (até junho).
Segundo a GNR, não existe um modus operandi único, mas há padrões frequentes. Os burlões recorrem a plataformas com grande visibilidade para publicar anúncios de arrendamento, muitas vezes com fotografias reais de imóveis — mas com informações falsas. Os preços apelativos captam a atenção de potenciais vítimas, que são levadas a pagar um “sinal” para garantir o aluguer. A burla só se revela quando, já próximo da data da estadia, os contactos deixam de funcionar, o imóvel não existe ou a chave prometida nunca chega.
Perante esta realidade, a GNR deixa uma série de recomendações práticas à população:
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Desconfiar de preços muito abaixo do valor de mercado;
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Comparar anúncios e, sempre que possível, visitar o imóvel pessoalmente;
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Verificar se o imóvel está listado em várias plataformas com dados incoerentes;
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Exigir identificação ao anunciante e confirmar os contactos;
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Confirmar a correspondência entre o titular da conta bancária e o anunciante;
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Evitar pagamentos sob pressão de “outros interessados”.
Com o verão a meio, a Guarda Nacional Republicana mantém ativa a sua vigilância e apela à colaboração dos cidadãos, pedindo que quaisquer situações suspeitas sejam comunicadas de imediato. A prevenção continua a ser a melhor forma de travar este tipo de crime.