Foto Manyel F Vicente

Foi um espetáculo notável o concerto que o Coral Concórdia realizou este sábado à noite no Cineteatro São João, no Entroncamento, a propósito do aniversário do Rotary Club do Entroncamento e a pretexto de ser solidário, e levar a receita de uma sala que praticamente esgotou a quem dela mais precisa nos tempos atuais de uma crise, mais uma da série a que já nos vamos habituando.

Deve o Entroncamento orgulhar-se do seu Rotary, que tem uma bela divisa “Dar de si antes de pensar em si” e também a pratica, mas igualmente do seu Coral Concórdia que, nascido há seis anos, mais uma vez presenteou o público da cidade e da região com um concerto primoroso e emotivo. Para quem pôde assistir, pôde também testemunhar isto que já parecia bastante difícil: o Coral Concórdia, uma feliz agremiação de algumas dezenas de intérpretes amadores do Entroncamento e da região, vários deles elevando-se a uma qualidade num patamar com fasquia de profissional, não para de surpreender, e cada espetáculo consegue superar o anterior. Tendo assistido a diversos e interessantes concertos do Concórdia desde já há alguns anos, é gratificante verificar que a sua existência não foi dissipada pelo surto da pandemia, como saltaram dela com um espetáculo reforçado e repleto.

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Desta vez, o mote foram algumas das mais populares e arrebatadas óperas italianas e também as sempre cativantes canções napolitanas a que o público adere com uma interessante empatia e muito entusiasmo. Pelo palco passaram a solo (Carlos Messias, Horácio Ruivo, as sopranos Maria José Borges e Filomena Marques ou o tenor João Carlos Azevedo), em duetos (Lídia Correia/Rita Martinho), em quartetos (João Carlos Azevedo/João Rodrigues/Miguel Galhofo/Tiago Rodrigues), ou com todo o coro de mais de 40 participantes em ação, que deixaram o público surpreendido pela diversidade de um reportório coerente, bem como com a sequência de tensão/repouso conseguida. E houve momentos muito altos, como com Madamina, il catalogo è questo, com o baixo Carlos Messias, Quando me’n vo, com Maria José Borges, Musica Proibita, com Filomena Marques, ou Toreador, tema interpretado por Miguel Galhofo e Pedro Correia, os maestros, e o pleno do Coral Concórdia.

Foto Manuel F Vicente

O concerto solidário terminou com a prestação de ‘O Sole Mio e de Funiculi, funiculà!, dois clássicos e dois excelentes momentos de solistas e do coro, que ficarão decerto na memória do público, não só pela intensidade e envolvimento que conseguiram, como também por terem sido, precisamente…, os últimos a serem interpretados. Para quem perdeu, há uma reabilitação possível à vista… Este ano, e pela primeira vez, haverá um concerto de Páscoa pelo Concordia, que contará com a obra Requim, composta por Gabriel Fauré, como tema principal.

Foto Manuel F Vicente

Manuel Fernandes Vicente

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