É um facto consumado desde o dia 1 de janeiro de 2025: o interior de Portugal fica livre de pórticos e pagamentos nas ex SCUT.
Mas a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos da Região do Médio Tejo mantém a desconfiança perante o governo.
Esse é, pelo menos, o parecer da Comissão de Utentes da Via do Infante e das Comissões de Utentes dos Serviços Públicos da Região do Médio Tejo. O porta-voz da Plataforma p’la reposição das SCUTs A23 e A25, Luís Garra, diz que o importante é que a abolição que entra em vigor hoje (ontem), se traduza na reposição das SCUTS “com ou sem pórticos”.
E continua, “porque a reposição das SCUTS significa que é sem custos para o utilizador. Se com pórticos, sem pórticos, essa é a questão menos importante. É evidente que, se não houver pórticos é bastante melhor. Se lá ficarem, aquilo que nós vamos lutar é para que eles, quanto muito façam parte da história, sejam parte do museu” e que “quando passarmos por eles, nos lembraremos que houve quem resistisse e houve quem nunca desistisse. Mas, se lá estiverem, nós vamos considerá-los sempre como um memorial ao esbulho que foi feito ao interior”.
Recorde-se que, depois de várias reduções aplicadas, a decisão definitiva de abolição do pagamento de portagens só chegou no dia 22 de junho, com a aprovação de um projeto de lei do PS, com votos contra do PSD e CDS-PP.
Por outro lado, é também a partir de dia 1 de janeiro que aumentam o custo das portagens noutras autoestradas do país, nomeadamente nos percursos longos para o Porto, Algarve e Espanha.
Agora, com o principal objetivo alcançado, a plataforma direciona-se para outras lutas, nomeadamente para “um plano de mobilidade para a Beira Interior”, que já tinham apresentado ao governo socialista, e que agora sofreu “acertos” e vai ser apresentado ao atual governo, esclarece Luís Garra, destacando que esta deve ser também a bandeira de “todo o interior”.
“Novas lógicas de abordagem do que deve ser a mobilidade no interior”, às quais a Plataforma pela reposição das SCUT’s continua atenta, garante o responsável.