Os representantes da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIM do Médio Tejo) ouviram hoje da parte da administração da Tejo Energia, numa reunião realizada no Pego, nas instalações da central, que é intenção dos acionistas desenvolver um projeto ambicioso do ponto de vista ambiental, económico e social para além da data final do Contrato de Aquisição de Energia (CAE) que lhe foi atribuído a 1 dezembro de 2021, passando a funcionar a resíduos florestais já a partir de 2022.
A Presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Anabela Freitas, sublinhou que “esta é uma grande oportunidade para manter um equipamento de extrema relevância e continuar a ter na nossa região um polo de desenvolvimento regional que pode contribuir para: dinamizar a atividade económica no setor florestal no interior do País; manter postos de trabalho, aumentando o nível de emprego com a utilização de biomassa; e transformar a biomassa que muitas vezes flagela a região, com os incêndios, em energia renovável. Com agrado verifica também a possibilidade de ser analisada a rentabilização de outros resíduos com enorme potencial energético”.
Segundo a CIM do Médio Tejo, “Além dos contributos para o interior do País, esta unidade de produção traz igualmente diferentes vantagens para a redução da dependência energética do exterior e para a segurança de abastecimento à rede elétrica nacional, permitindo que se mantenha como reserva às fontes renováveis, através de uma central despachável que utiliza fontes endógenas, não pondo em causa a possibilidade do funcionamento de pequenas unidades de rentabilização de biomassa”.
A unidade de produção é hoje um grande polo de desenvolvimento regional, sendo responsável por cerca de 300 postos de trabalho permanentes e mais de 800 em momentos de pico de trabalho.
“Saber que a Tejo Energia está a trabalhar num projeto que tem como objetivo a conversão da Central do Pego para resíduos florestais, a manutenção e criação de postos de trabalho adicionais deixa-nos confiantes em relação ao futuro”, considera o Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Valamatos, que destaca ainda como mais-valia da conversão para biomassa o aproveitamento de resíduos florestais, material que muitas vezes arde durante os incêndios florestais e que em muito contribui para os mesmos.
Localizada no Pego, freguesia do concelho de Abrantes, a central tem uma localização privilegiada no centro do país, face à mancha florestal do Médio Tejo.
Para Beatriz Milne, Presidente Executiva da Tejo Energia, “a conversão da Central do Pego para resíduos florestais vai permitir que se continue a garantir a segurança de abastecimento da rede através da produção de energia renovável, disponível em permanência, servindo de complemento a outras tecnologias intermitentes, o que trará vantagens ambientais, sociais e económicas não só para a região, como para o cumprimento dos desafios ambientais com que Portugal se comprometeu”.
Tendo em conta todos estes argumentos, a CIM do Médio Tejo “recomenda ao governo português que explore o potencial da proposta da Tejo Energia para conversão da atual central termoelétrica a carvão para resíduos florestais”.
A CIM do Médio Tejo mostra-se disponível para “apoiar a dinamização de uma nova fileira económica de forma a valorizar os resíduos florestais na região e, consequentemente, diminuir o elevado risco de incêndio que regularmente fustiga os concelhos do Médio Tejo”.