O Município de Vila Nova da Barquinha manifestou esta semana o seu profundo lamento e total repúdio face aos atos de vandalismo recentemente praticados no Parque de Escultura Contemporânea Almourol, um espaço de referência nacional inaugurado a 6 de julho de 2012 pelo Presidente da República. Este é o primeiro episódio de destruição registado desde a abertura do parque, que reúne obras de alguns dos nomes mais representativos da escultura contemporânea portuguesa.
As esculturas vandalizadas foram as “Trianons”, da autoria de Joana Vasconcelos, alvo de uma ação descrita pelo município como “intencionada, deliberada e de pura e simples destruição”. As imagens captadas no local evidenciam os danos causados, num ato que compromete não apenas o valor artístico das obras, mas também o património coletivo da comunidade.

O parque encontra-se sob vigilância através do sistema de videovigilância de espaços públicos, conforme previsto na Lei n.º 95/2021, de 29 de dezembro, e as autoridades competentes já foram notificadas da ocorrência. O objetivo é identificar os responsáveis e avançar com processo-crime contra os autores do ato, numa ação que visa “responsabilizar quem não respeita os bens comuns e de todos nós”, sublinha o comunicado oficial.
O município apela ainda à mobilização cívica da população, defendendo que “juntos, condenemos estes atos inqualificáveis e trabalhemos para a salvaguarda do património de todos nós, para salvaguarda da sã convivência na nossa comunidade”.

O Parque de Escultura Contemporânea Almourol, comissariado pela Fundação EDP, é o primeiro em Portugal a reunir num só espaço obras de artistas como Alberto Carneiro, Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho. Localizado nos sete hectares do Barquinha Parque, o projeto inclui também uma galeria de exposições, loja, ateliers e residências artísticas. Em 2012, foi nomeado para o Prémio Autores da Sociedade Portuguesa de Autores, na categoria de Melhor Exposição de Artes Plásticas.
Este incidente lança um alerta sobre a necessidade de reforçar a proteção do património artístico e cultural, num espaço que representa um marco na valorização da arte contemporânea em Portugal.
Redação





















