Ilustração Sem Título
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Gosto do ar fora de tempo, do arrojo visual e das canções comprometidas. Das letras cuidadas e da métrica estudada com humor e algum sarcasmo.

2000 AD, surge neste final de ano e espelha os estranhos tempos que vivemos, de embate político, cultural, pessoal. É um álbum de embate, de balanços pouco abonatórios, com uma viagem por momentos marcantes da nossa história.

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E é essa estranheza e dualidade que faz a beleza do álbum. “O progresso já fez mais de 100 anos”, ouve-se no single de lançamento 2000 AD, sem esperança e a pedir reinvenção.

Há também lugar para referências ao 25 de abril, como que a fazer-nos lembrar que “já mandamos nós na manhã”, quando tantas vezes nos sentimos pouco donos dos nossos dias e do nosso tempo.

É este, um álbum, nostálgico, uma viagem entre músicas melancólicas e outras mais enérgicas, às vezes contraditório, mas sempre intenso. E não é assim que existimos?

Para ouvir e escutar, como forma de fugir aos dias estranhos. Para trautear até as palavras perderem o seu significado e ser só música. Pode ser um embate, mas que é um álbum bonito, é.

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