A venda da fábrica da Tupperware em Montalvo, no concelho de Constância, deverá avançar em breve, na sequência da assembleia de credores agendada para a próxima quarta-feira, 25 de junho, às 14h00, no Tribunal de Comércio de Lisboa. Esta reunião tem como principal objetivo deliberar sobre a constituição de uma Comissão de Credores, passo essencial para iniciar o processo de alienação do estabelecimento industrial.
A fábrica foi declarada insolvente a 10 de fevereiro de 2024, depois de ter suspendido a produção em janeiro, deixando cerca de 200 trabalhadores no desemprego. O encerramento foi consequência da falência da Tupperware Brands Corporation, casa-mãe norte-americana do grupo.
Segundo o administrador de insolvência, Jorge Calvete, está prestes a arrancar o processo de procura de um investidor interessado na totalidade do complexo industrial, incluindo o equipamento. A futura Comissão de Credores, em conjunto com o administrador judicial, ficará responsável por definir os valores mínimos de venda, assim como os métodos de promoção e divulgação do processo.
O objetivo da venda é a liquidação dos créditos acumulados, que ascendem a aproximadamente 10 milhões de euros. Destes, cerca de nove milhões são dívidas laborais referentes aos salários e compensações devidos aos antigos trabalhadores da empresa Tupperware – Indústria Lusitana de Artigos Domésticos.
Entre os credores identificados no processo de insolvência constam, além dos trabalhadores, diversas entidades, incluindo a Gráfica Ideal de Águeda, a Dart Industries Inc., o Banco Comercial Português (BCP) e particulares como Carla Sofia Soeiro Cruz Gonçalves e Ignacio Zubizarreta.
A fábrica de Montalvo, que funcionava desde 1980, era gerida pela Tupperware Indústria Lusitana, controlada em 74% pela Tupperware Portugal – Artigos Domésticos Unipessoal Lda e em 26% pela Tupperware Iberia — ambas dependentes a 100% da casa-mãe nos Estados Unidos.
Com a revogação da licença de venda dos produtos Tupperware na Europa, o futuro da marca no continente é incerto, e tudo indica que a multinacional não pretende retomar operações em território europeu.