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Premiado em Cannes, na categoria de melhor argumento, este filme cru, duro, violento na sua fotografia e na sua mensagem, conta com duas atrizes de relevo, Demi Moore e Margaret Qualley.

É, sem dúvida, um filme feminista, que põe a nu, de forma muito gráfica, a submissão das mulheres a um estereótipo de juventude e beleza. Revela de forma desconcertante como o envelhecimento pode ser um brusco travão nas carreiras do mundo do espetáculo.

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Uma experiência de body horror, imprópria para os mais sensíveis.

A história leva-nos até uma estrela de cinema outrora fulgurante, que vê a sua carreira entrar em declínio e esquecimento. A possibilidade de reverter essa situação recorrendo à “substância” parece atrativa e é aí que entramos num mundo surreal em que a busca da beleza corrompe todo o propósito do projeto. Um elixir da juventude, atrativo, mas extremamente perverso.

Demi Moore e Margaret Qualley são duas versões da mesma pessoa, que nos oferecem performances íntimas e aterradoras. Para além do terror físico, o filme explora a vulnerabilidade humana.

Atual, agressivo, é uma excelente metáfora para os dias que correm e para a subjugação ao estereótipo do jovem e do belo. Uma experiência caótica que nos deixa a refletir em como um “eu” atormentado pode persistir para além de um corpo.

Realizadora: Coralie Fargeat

Atores: Demi Moore, Margaret Qualley e Dennis Quaid

 

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