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O Hospital de Dia de Diabetes, do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, deu os primeiros passos em Abril de 2010. Teve como impulso inicial e principal desenvolvimento a necessidade de responder às expectativas das pessoas com diabetes ou obesidade, doenças crónicas que carecem de um acompanhamento de proximidade e de acesso facilitado.

Cristina Gonçalves, Diretora da Unidade, e Carla Monteiro, Enfermeira-responsável, têm estado desde a primeira hora neste projeto, que nos dias de hoje enfrenta novos desafios, sobretudo, por causa do novo Coronavírus.

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A evolução do trabalho realizado no Hospital de Dia de Diabetes deu origem à criação, em 2017, da Unidade de Diabetes e Obesidade, no Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE.

Esta Unidade proporciona ao utente um acompanhamento periódico, que contempla as várias vertentes do tratamento (educação, monitorização, prevenção e tratamento de complicações), proporcionando as ferramentas necessárias para que o utente possa colaborar ativamente no controlo da doença, preferencialmente com o envolvimento de familiar ou cuidador.

Atualmente, são acompanhados em consulta de Diabetes, nas 3 Unidades do CHMT,EPE, cerca de 1800 utentes e na consulta de Obesidade, na Unidade Hospitalar de Tomar, 140. Também na Unidade Hospitalar de Tomar, funciona a consulta de Pé Diabético, coordenada por cirurgiões, mas que integra também ortopedista e fisiatra, em estreita colaboração com podologista e enfermeira. São acompanhados cerca de 300 utentes, com situações classificadas como de “alto risco”.

Através de sessões de Hospital de Dia, os doentes integram programas de educação para a gestão da doença, nas vertentes de enfermagem, podologia nutrição, atividade física e psicologia.

A Unidade de Diabetes e Obesidade em tempos de Covid-19

Dentro de um plano de ação desenvolvido pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, implementado ao abrigo do Plano de Contingência do novo Coronavírus, tornou-se premente não deixar a descoberto doentes cuja situação clínica era acompanhada no CHMT, EPE. Essa preocupação levou a estabelecer com os vários Serviços do Centro Hospitalar formas inovadoras e diferentes das rotinas clínicas habituais, visando não deixar desamparados quaisquer utentes, principalmente aqueles cuja situação clínica não pode deixar de ser seguida pelas diferentes especialidades hospitalares.

No caso específico da Unidade de Diabetes e Obesidade, a declaração de Pandemia pelo novo Coronavírus apresentou-se, assim, como um novo desafio para a equipa da Unidade de Diabetes e Obesidade do CHMT, EPE. “Perante a necessidade de isolamento social, como manter os cuidados a estes doentes?” Foi a pergunta desde logo formulada. E a resposta não tardou: “É necessário estabelecer, para cada utente, a melhor estratégia, o que é feito pela análise do processo clinico e definição, pela equipa, do procedimento mais adequado.”

Aos doentes de maior risco, com mais de 60 anos ou com outras patologias que os tornem mais vulneráveis, foi proposta a realização de consulta telefónica, que teve uma adesão de quase 100% por parte dos envolvidos. “Para além das questões inerentes à patologia de base, os momentos de contato são, também, utilizados para esclarecer algumas dúvidas sobre a Covid-19 e sensibilizar para as medidas de proteção que se preconizam. Tem sido também possível identificar alguns casos de angústia e ansiedade, que são referenciados para posterior contacto por psicóloga”, refere a equipa que coordena a Unidade de Diabetes e Obesidade, liderada pela médica Cristina Gonçalves e pela enfermeira Carla Monteiro.

Para os doentes mais jovens, com esquemas terapêuticos mais complexos, a estratégia foi “incentivar a utilização das novas tecnologias para partilharem algumas informações com a equipa de saúde e, em caso de necessidade, têm consulta presencial, sendo tomadas todas as medidas para permitir a permanência em segurança. O mesmo se verifica com os doentes com patologia ulcerativa, que têm consulta e sessões de hospital de dia presenciais”, explicam.

Também as Sessões de Hospital de Dia foram reformuladas. “São efetuados contactos telefónicos com os utentes com o intuito de sensibilizar para a adesão às medidas de isolamento, definir estratégias para colmatar o impacto da vida mais sedentária no controlo da doença, reforçar a importância do cumprimento da terapêutica, nas suas várias vertentes. Tem, ainda, sido possível prestar apoio aos utentes que manifestam mais dificuldade em gerir os constrangimentos e incertezas relacionados com o momento que vivemos”.

Paralelamente, foi criada a linha de apoio ao doente diabético. Uma linha, cuja divulgação nacional já encaminhou doentes de vários pontos do país. “a linha de apoio à pessoa com Diabetes tem permitido o esclarecimento de dúvidas sobre como proceder no contexto atual, nomeadamente no local de trabalho. Tem sido dado aconselhamento terapêutico a doentes que referem dificuldade em contactar com os locais onde são seguidos habitualmente. Foram rececionadas chamadas telefónicas de utentes desde Braga a Tavira, sendo 40% da região Norte do país.”

Mensagem e apelo final da equipa da UDO

“No momento em que o foco de todos, profissionais de saúde, doentes, população em geral, está no combate à Covid-19, é importante dar o melhor acompanhamento possível às pessoas com patologias crónicas, cuja vulnerabilidade se acentua nesta altura.

A Unidade de Diabetes e Obesidade tem envidado todos os esforços para manter o adequado acompanhamento dos seus utentes e a equipa de saúde deixa um apelo:

Recorram ao Serviço sempre que sentirem necessidade. Para além dos contactos que efetuamos, estamos disponíveis para esclarecer as vossas dúvidas, em qualquer momento. Um telefonema pode permitir o ajuste de uma medicação, de um plano alimentar, a identificação de uma situação que careça de cuidados presenciais, um esclarecimento que proporcione alguma tranquilidade.

Todos queremos ultrapassar esta crise. E, no dia em que, finalmente, nos podermos abraçar, queremos lá estar, TODOS. Para isso, ajude-nos a cuidar de si”.

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