A temporada de incêndios florestais de 2025 ainda decorre, mas já é oficialmente o pior ano de sempre na União Europeia em termos de área ardida, intensidade dos fogos e impacto ambiental. Segundo dados divulgados pelo The Guardian a 22 de agosto, mais de um milhão de hectares foram consumidos pelas chamas desde o início do ano — um número que ultrapassa todos os registos anteriores e que continua a crescer à medida que o verão avança.
Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia estão entre os países mais afetados, com incêndios de grande escala a devastar zonas rurais, parques naturais e áreas residenciais. As temperaturas extremas, associadas a uma seca prolongada e ventos fortes, criaram condições ideais para a propagação rápida dos fogos, muitos dos quais têm sido difíceis de controlar mesmo com meios aéreos e terrestres reforçados.
Especialistas alertam que este cenário é uma consequência direta das alterações climáticas, que estão a tornar os verões europeus mais quentes, secos e propensos a fenómenos extremos. A Comissão Europeia já mobilizou fundos de emergência e está a rever os planos de prevenção e resposta, mas admite que o fenómeno exige uma abordagem mais profunda e coordenada entre os Estados-membros.
Além da perda de biodiversidade e da degradação dos solos, os incêndios têm provocado milhares de evacuações, encerramento de estradas e infraestruturas, e prejuízos significativos na agricultura e turismo. Em algumas regiões, como a Andaluzia e o sul de Itália, os serviços de proteção civil têm descrito os cenários como “apocalípticos”, com aldeias cercadas pelas chamas e populações a fugir com o que conseguem carregar.
O artigo do The Guardian sublinha que, apesar dos avanços tecnológicos na deteção precoce e combate aos fogos, a escala dos incêndios em 2025 representa um novo desafio para a Europa. A tendência aponta para uma intensificação destes fenómenos nos próximos anos, caso não sejam tomadas medidas estruturais para mitigar os efeitos da crise climática.