Foto João Marques
João Marques joaomarques@entroncamentoonline.pt

Contam-se pelos dedos os Suzuki que vemos na estrada, quer eles sejam Scross ou outro modelo, e eu não consigo compreender porquê, pois quer este, que o Ignis que também já testei, são carros espetaculares.

Talvez o problema se deva ao desgin dos carros, que é um design muito asiático que não agrada à maioria dos Europeus.

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Falando então no design acho que ele tem vindo a melhorar de geração em geração, e a parte dianteira já é “Europeia” e bonita. Temos agora uma grelha maior e imponente, e a própria frente é também mais alta e robusta. Para além disso temos um pormenor bastante interessante, que é uma faixa cromada que atravessa toda a dianteira e que está cuidadosamente alinhada com a faixa que estás dentro das óticas. A sua silhueta é que o denuncia como sendo um Scross sendo que é muito semelhante ao modelo anterior, mas é aqui que vemos que a distância relativamente ao solo aumentou. Portanto o que começou a ser um carro, passou para crossover e está cada vez mais transformado em SUV. A parte traseira é então a que menos gosto, e é a parte mais asiática do carro. Confesso que as óticas não dão o ar mais espetacular à traseira do Scross, no entanto temos o mesmo pormenor da faixa cromada que começa nas óticas e atravessa toda a traseira. Por sua vez a traseira tem ângulos bastante retos e quadrados, o que confere uma perceção de largueza e imponência à traseira.

O design interior confesso que não é nada mau, e vai tirar aspetos de algumas marcas como Toyota e BMW, nomeadamente na parte central. Os materiais são ótimos, especialmente para o preço em que se insere o Scross. Temos material suave a cobrir as portas e tablier, e no tablier até temos um pouco de pele com efeito pesponto. Na parte traseira é que temos então os bancos da “classe económica” e as portas são cobertas apenas por materiais texturados.

Já que estamos na parte traseira aproveito para falar do espaço, que para longas viagens recomendo apenas levar dois adultos, dado que o carro não tem largura suficiente para colocar três adultos minimamente confortáveis, o que é uma pena pois o desnível no solo no banco central não é muito acentuado. Para pessoas altas não existe problema pois temos um bom espaço para as pernas, o problema será só na cabeça que temos pouco espaço, ainda para mais a versão ensaiada dispõe do teto panorâmico cujo o mecanismo vai “comer espaço” no tejadilho. Ainda no espaço mas para mercadorias, contamos com 430lts de bagagem, e devo dizer que consegui colocar uma mala de viagem das maiores e mais 4 sacos das compras (dos reutilizáveis grandes) e duas malas e duas mochilas, e ainda fiquei com bastante espaço de carga em altura.

Na parte das tecnologias o Scross vem muito bem equipado, e com equipamentos dignos de classe premium!

Para além de trazer tudo como avisador do ângulo morto, manutenção na faixa de rodagem, aviso de pré colisão, etc, ele vem equipado com uma câmara de 360 graus capaz de formar uma imagem dinâmica do carro em 3D, algo que eu só tinha visto em marcas premium. Para além disso o sistema de infotaiment é prático, intuitivo, com bons gráficos, boa personalização e boa velocidade de processamento. Talvez o único ponto em que o Scross peca é não ter o painel de instrumentos digital, que para os dias de hoje é uma falha, praticamente todos os automóveis já o têm, nem que seja parcialmente. Mas para além disto tem todos outros extras de comodidade como o teto panorâmico, bancos aquecidos e desembaciador de retrovisores, que nestes dias frios dá muito jeito acreditem.

O Scross vem equipado com um motor a gasolina, 1.4 de cilindrada e com 129cv, e dispõe de tração integral 4×4, que a Suzuki chama de “All Grip”. Para além desta motorização, existe uma motorização híbrida com 116cv para melhores consumos, no entanto este 1.4 com tecnologia mild hybrid é capaz de fazer consumos na casa dos 6lts por 100kms, o que eu considero excelente.

A Suzuki é famoso pelas suas capacidades todo o terreno, e este Scross tem modos de condução em conformidade, como o modo de terra, neve e gravilha (com bloqueio do diferencial), no entanto não cheguei a testar o potencial do Scross pois tive medo de me colocar e caminhos apertados e no fundo isto não é uma pick-up.

Mas verdade seja dita que o target deste SUV são sim condutores que querem espaço e conforto para a sua família.

E de facto o Scross tem um excelente compromisso de conforto com uma suspensão suave que faz com que praticamente não sintamos as irregularidades da estrada, mas por outro lado também não é demasiado leve ao ponto de fazer parece que estamos num barco. Isto é ótimo para dentro das cidades onde temos mais empedrados e irregularidades. O que também é bom para dentro de cidade é o seu ângulo de viragem e manobrabilidade, conseguimos estacionar o Scross sem grande dificuldade.

Em auto estrada também fazemos viagens bastante confortáveis, lá está, devido à sua suspensão, mas também à insonorização que não é nada má.

Para condução desportiva, este carro não é o ideal para o fazer, no entanto este motor tem uma excelente performance, não fosse ele o motor que equipa o desportivo da marca, o Swift Sport.

A versão ensaiada custa 32.600€ e paga 144,05€ de IUC, mas o Scross encontra-se disponível a partir dos 27.284€.

 

 

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