Foto João Marques
João Marques joaomarques@entroncamentoonline.pt

Com o novo Evoque a Land Rover decidiu jogar pelo seguro porque de imediato percebemos que se trata deste modelo, pois a marca não mexeu muito nos seus traços, no entanto incluiu alguns novos traços que ao mesmo tempo o rejuvenesce sem o “desfigurar” muito, fazendo dele também um pouco mais crescido assemelhando-se ao seu “irmão mais velho” o Velar.

Como já dissemos o design exterior não se diferencia muito do seu antecessor, pelo menos no que toca às suas formas.

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Temos uma parte dianteira imponente e elevada que confere ao Evoque um ar robusto. As óticas dianteiras continuam finas e alongadas, tomando uma forma semelhante às do Velar. Visto tratar-se da versão R-Dynamic temos um para-choques mais agressivo e desportivo, o qual na sua base tem uma proteção para quando fazemos descidas em todo o terreno e, nas partes laterias do mesmo, umas entradas de ar para criar maior aerodinâmica. Na parte lateral mantêm-se tudo muito igual à geração anterior, com a sua forma desportiva e teto a inclinar para a parte traseira. Temos ainda umas jantes de 18 polegadas, e a grande novidade, os puxadores da porta são pop-out, ou seja, quando o carro está trancado e em andamento eles estão recolhidos, quando destrancamos o carro eles saem para podermos abrir a porta. A parte traseira, na sua forma também é bastante semelhante ao antecessor, com a diferença de que agora temos umas óticas mais finas e alongadas, mais uma vez à semelhança do Velar, e em vez de uma dupla saída de escape verdadeira como no modelo anterior, temos umas saídas de escape falsas, na nossa opinião é uma falsificação muito evidente e barata, dado o valor do carro tinham o dever de fazer algo melhor, uma vez que existem carros de segmentos mais baixos que disfarçam melhor. Contamos ainda com um difusor no para-choques.

Relativamente ao design interior é onde temos mais diferenças, a única semelhança ao modelo anterior prende-se com a forma como o tablier descai.

O design é simples, mas elegante, e mais uma vez vai de encontro ao que é o Velar, incluindo os dois ecrãs na consola central e o volante. Os materiais por sua vez são de ótima qualidade, existe material suave por todo o tablier sendo que na parte central tem um toque bastante agradável, muito melhor que a pele presente nos bancos de muitos automóveis. A qualidade de construção é ótima e os plásticos que existem são de boa qualidade, bastante suaves e com um efeito brilhante.

A única queixa é o volante, sim tem uma pele de qualidade, no entanto a pega não é das melhores para automóveis deste segmento e os botões multifunções funcionam como táteis, e ao mesmo tempo, como botões tradicionais nos quais é preciso clicar, o  que é um pouco confuso porque por vezes ou trabalham a mais ou a menos, e a sua disposição não é a melhor, temos de desviar a atenção da condução.

No que toca à tecnologia contamos com um painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas, o qual apresenta uma grande quantidade de informação de condução, entretenimento e dados de segurança ativa, incluindo navegação, telefone e multimédia. Temos também o conjunto “Touch Pro Duo”, que consiste em dois ecrãs táteis de 10 polegadas. O ecrã de cima é para controlar o sistema de infotaiment, e o ecrã de baixo para controlar o sistema de climatização e configurações do veículo, como por exemplo a seleção e personalização dos modos de condução. Estes dois ecrãs têm uma resolução e gráficos excelentes, no entanto a resposta não é a melhor e por vezes acabamos por clicar mais do que uma vez no botão porque achamos que não acionou. Contamos ainda com um “truque de magia”, o retrovisor parece ser um retrovisor comum, mas ao toque de um botão ele passa a um ecrã e vemos a imagem que uma câmara traseira nos dá, podendo ainda fazer zoom in e zoom out e ajustar para a direita e esquerda.

Nas ajudas à condução temos a travagem autónoma de emergência, cruise control adaptativo, assistente de parqueamento com câmara 360 graus, assistente à manutenção na faixa de rodagem, assistente do ângulo morto, monitor de saída segura, entre outros.

O Evoque vem equipado com um motor a gasóleo 2.0 cilindrada com 150 cv e e 380 Nm de binário com uma caixa automática de 9 velocidades.

O Evoque oferece uma experiência de condução que se assemelha à dos Volvos. Os bancos são muito confortáveis e ergonómicos, a suspensão é excelente e também muito confortável, e a insonorização da cabine também é boa. Em autoestrada praticamente não ouvimos barulhos, o barulho proveniente dos pneus é inexistente, e apesar de ter grandes retrovisores o barulho da deslocação do vento nos mesmos é praticamente impercetível.

Se quisermos ter uma condução mais desportiva numa estrada com mais curvas, à semelhança dos Volvos, o Evoque inclina muito derivado à sua suspensão suave, no entanto o carro não foge, está plantado ao chão e oferece confiança. Para uma condução desportiva, pelo menos com este motor de 150 cv, a performance não é excelente, até porque não dispomos de um modo de condução “Sport” que poderia apimentar as coisas, e a caixa de velocidades desilude muito para automóveis deste segmento, assim que “pisamos” tem um atraso muito percetível.

No entanto nas capacidades todo o terreno não há igual. Temos variadíssimos modos de condução como o modo “relva, gravilha e neve”, “lama e trilhos” e “areia”. Obviamente não conseguimos testar estes modos, mas conseguimos testar o ALL TERRAIN PROGRESS CONTROL (ATPC), que é um modo que nos leva por subidas e descidas de forma segura e confortável pois não precisamos de fazer nada. Neste modo apenas temos de selecionar a velocidade que desejamos que o Evoque suba e desça a colina, sempre com um limite máximo imposto por segurança, e deixamos o Evoque fazer o seu trabalho de distribuição de potencia para cada roda para garantir a melhor tração, travagens automáticas para descer em segurança, etc. Basicamente a única coisa que necessitamos de fazer é virar o volante para não cairmos num buraco.

O Range Rover Evoque obteve 5 estrelas nos testes de segurança do EuroNcap, com 94% na segurança dos adultos, 87% na segurança das crianças, 72% na segurança dos peões e 73% nas ajudas à condução.

A versão ensaiada custa 65 591,85€, mas pode obter um Evoque a partir de 42 044,21€, e paga 258,78€ de IUC.

Em suma o Range Rover Evoque é um excelente SUV para viajar em conforto em todas as situações, e ao mesmo tempo tem o ADN Range Rover com capacidades todo o terreno.

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