PUB

Paulo Constantino e Ana Silva apresentaram em conferência de imprensa online o Memorando “Por Um Tejo Livre”, “que pretende difundir a importância de um rio Tejo Livre dos açudes e das barragens do “Projeto Tejo” e lançar o desafio a todos os cidadãos, pescadores, investigadores, organizações não governamentais, autarcas, instituições governamentais e decisores políticos de contribuírem para o seu debate e aperfeiçoamento tendo em vista promover a recuperação ecológica do rio Tejo e de toda a sua bacia para salvaguardar a continuidade dos ciclos vitais que ditam a sustentabilidade da Vida através da conservação e recuperação da sua Biodiversidade e do seu património”.

O proTEJO – Movimento pelo Tejo defende um rio Tejo Vivo e Livre com dinâmica fluvial, que se opõe à construção dos açudes e barragens do Projeto Tejo.

PUB

O Memorando agora apresentado denúncia “a irracionalidade económico/social do “Projeto Tejo” é conhecida uma vez que os investimentos de 4.500 milhões de euros que prevê serão 8 vezes superiores ao valor acrescentado bruto anual da agricultura com rega intensiva na região hidrográfica do Tejo e Oeste, da ordem dos 563 milhões de euros, sendo claramente um gasto desproporcionado de dinheiros públicos”.

O ProTejo considera que, “a ser realizado algum investimento, deverá sê-lo noutras finalidades de maior valor acrescentado para a sociedade como sejam a reconversão e adaptação da agricultura às novas condições climatológicas que já peca por tardia. Além disso, não se conhece o seu impacto sobre a capacidade de captação de investimento produtivo, nem se este investimento captado será suficiente para assegurar o aumento da superfície irrigável pretendido”.

“Por outro lado, o custo do investimento anunciado não inclui os custos associados aos efeitos diretos e secundários que acompanharão o ciclo de construção, funcionamento e manutenção do projeto bem como para além do seu prazo de vida. Nem inclui os “custos” irreversíveis associados à perda de biodiversidade e ao impacte negativo sobre o funcionamento dos ciclos ecológicos, ignorando a responsabilidade moral de assegurar a justiça intergeracional”, lê-se no Memorando agora apresentado.

Tendo em conta que a ponderação de projetos alternativos não está a ser assegurada, o proTEJO manifesta preocupação e profundas reticências quanto “ao rumo que parece estar a ser tomado com a apresentação do Projeto Tejo como única alternativa e solução definitiva para garantir água ao setor agrícola do Baixo Tejo e Oeste apesar dos graves impactes ambientais negativos que se podem antecipar ao nível da degradação do solo, da qualidade do ar e da água, da conservação dos ecossistemas terrestres e aquáticos e da preservação alargada a toda a biodiversidade, que virão agravar todos os problemas até hoje identificados no rio Tejo e em toda a sua bacia, e acrescentando, por essa via, mais e maiores pressões sobre a sustentabilidade da Vida”, lê-se no memorando “Por Um Tejo Livre”.

 

PUB