A criação de um produto turístico designado por marca “Constância” mantém a sua actualidade enquanto projecto possível para o desenvolvimento do território do concelho de Constância e zonas limítrofes.
Hoje em dia o conceito de “produto” está desligado da designação tradicional, aparecendo de uma forma generalizada nos mais variados sectores da actividade económica. Fala-se em “produto turístico” e bem. É possível, num determinado território, combinar elementos materiais e imateriais e direccioná-los para uma actividade específica que abranja tudo o que uma pessoa possa consumir utilizar, observar, experimentar durante uma viagem ou estadia. Essa actividade própria pode englobar: o património existente nesse território, os equipamentos e as infra-estruturas, e as atracções. O “produto turístico” ficará completo com a chamada acessibilidade ao “destino turístico”. O consumidor, em suma, acaba por adquirir uma combinação de actividades, como por exemplo, o produto “Constância”. Este poderia ser constituído por canoagem, trilhos, estabelecimentos hoteleiros, transporte, animação, restauração, organização de viagens, montra digital com oferta de comércio e serviços variados, visitas a ruínas e Monumentos (Alcolobre, Torre, Terra Fria, Igrejas paroquiais e da Misericórdia, capelas multiseculares, Pelourinho, cruzeiros, monumento a Camões), visitas a locais de cultura, ciência e de lazer (Casa-Memória de Camões, Jardim-Horto de Camões, Parque ambiental e Borboletário, Centro de Ciência Viva), participação em fóruns camonianos, certames do livro e de antiguidades, feira camoniana, a título de exemplo.

Em 2013 tive um sonho: a marca “Constância”, como produto turístico. A criação de uma entidade de “participações locais” com a intervenção do município e das entidades privadas, pode bem ser o motor de desenvolvimento turístico local. A promoção da marca assente num conceito válido foi ideia que desenvolvi então, em 2013.
Tudo passa por um calendário fixo de actividades com pacotes de oferta promocional. O marketing ficaria a cargo da entidade com “participações locais”. De futuro, o município, retirar-se-ia, gradualmente, de cena.
É urgente criar-se uma marca que leve ao desenvolvimento turístico e cultural do nosso território. O formato que a minha candidatura definiu em 2013 implicava que o poder autárquico tivesse de partilhar tomadas de decisão com a sociedade civil. É por isso que os partidos fogem da proposta como o diabo da cruz. Não querem perder o controlo do poder. A lógica dos partidos é supra-concelhia. Os autarcas não têm vontade política própria. Salvo raras excepções. Só com pessoas auto-confiantes e forte poder carismático se poderá construir uma onda renovadora…
É preciso acreditar e sonhar.
O novo hotel de Constância pode bem fazer parte desse sonho e dessa criatividade.
Este percalço da pandemia não pode fazer recuar a iniciativa do desenvolvimento.
A prioridade de momento é a recuperação económica do comércio e das nossas empresas.
Mas sem se perder de vista uma visão estratégica a médio e longo prazos.
Sem uma equipa forte e coesa não há projecto que resista.
Dessa equipa tem de fazer parte a comunidade.
Não queremos homens “providenciais” que por tudo e por nada gritam em defesa da honra ou que façam o saneamento político de toda a equipa mantendo-se apenas a si próprios no barco… que se prepara para acolher novos migrantes até ao próximo saneamento.
Não há tempo a perder com experiencialismos nem com aprendizes.
A pandemia deu cabo de nós.
Precisamos de gente forte para que não venha novo Vate cantando como outrora:
“As terras sem defesa, esteve perto
De destruir-se o Reino totalmente;
Que um fraco Rei faz fraca a forte gente.”
José Luz (Constância)
PS- não uso o dito AOLP.















