José Janeiro, 62 anos, gestor e administrador de empresas há mais de quarenta. Com raízes na região e após um quarto de século a trabalhar na zona norte do país, decidiu há dois anos regressar às origens. E é desde o passado dia 20 de agosto responsável pela comissão de instalação do partido político Chega em Vila Nova da Barquinha. Em conversa com o Entroncamento Online, o empresário revela as motivações e as metas a atingir pelo mais recente partido com presença no concelho, deixando uma garantia: “Da nossa parte, não esperem politiquice por politiquice”.
“Em agosto decidimos fazer uma reunião alargada onde compareceram praticamente todos os militantes do partido no concelho e criamos a comissão instaladora com o intuito de resolver a ausência de uma concelhia e agregar pessoas. Agora é tocar a bola para a frente”, conta José Janeiro, que ficará responsável pela organização até à constituição final da concelhia, altura em que passará a pasta por motivos de saúde. “O meu comprometimento é total, não vou é assumir a presidência quando ela estiver terminada”.

No que diz respeito a objetivos estratégicos, o plano está bem definido: primeiro identificar e organizar a possível massa militante e em seguida apresentar propostas adequadas à realidade do concelho. No entanto, o imediato passa pela colaboração na recolha de assinaturas visando a já esperada candidatura presidencial do líder do partido, André Ventura. “Elenquei três objetivos. O primeiro é recolher as assinaturas. A segunda é perceber onde estamos. Eu vou propor ir ao encontro de uma pessoa em cada freguesia que vá identificando os nossos militantes e simpatizantes, que creio serem bastantes. Neste concelho votaram no Chega 126 pessoas, portanto há que saber onde estão elas. E depois de criarmos essa massa crítica, o objetivo passará a ser elencar todo um conjunto de situações que encontremos como algo útil para o concelho, verificando sempre como podemos colaborar”.
A credibilidade é um fator chave e Janeiro faz questão de frisar que o partido não entra em jogo para fazer aquilo que considera ser politiquice barata: “Se alguém espera isso da nossa parte, esqueça. Eu não alinho em politiquices, há que planear e avaliar e só depois fazer propostas ou questionar a própria Câmara Municipal” E prossegue: “Não podemos dizer que aquilo está tudo mal quando na realidade até é possível haver razões para estar, o que pode acontecer. Temos é de ser muito credíveis naquilo que fazemos porque o Chega é um partido que está a ser visto à lupa por toda a gente e não podemos perder aquilo que o partido tem de mais importante, que é a credibilidade. E eu acho que o Chega consegue ser credível, apesar dessas invenções todas com que algumas pessoas pensam que nos assustam”, assegura, confirmando também o planeamento para uma possível corrida às autárquicas, já para 2021.
“Queremo-nos apresentar aqui em Vila Nova da Barquinha. Ainda não sei em que condições vai acontecer porque depende da massa crítica que conseguirmos angariar. Vamos fazer um esforço para depois começar a elaborar um plano de ação para concorrer à Câmara, uma bolsa de ideias que seja o esqueleto de um programa autárquico. Eu vou sempre fazer força para que não haja promessas vãs mas sim concretas e exequíveis”, revela, assegurando que não será ele a liderar mas não deixando, no entanto, de alertar para a possibilidade de existir um melhor aproveitamento dos recursos do município.
“A população está bastante envelhecida e não existe uma estrutura económica que permita às pessoas virem para cá. O que se encontra é isto, porque nós temos uma das zonas industriais melhor localizadas a nível nacional e não há capacidade para meter ali gente. Outra coisa que não entendo é o que me parece ser a perda do aeroporto, o célebre terminal 3 que, por razões que a razão desconhece, querem colocar no Montijo. Não tenho os dados todos, é possível que tenha sido falta de força política da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) para fazer valer Tancos, porque no Montijo é um disparate total, uma perfeita idiotice. E depois há o aproveitamento dos recursos naturais, acho que era muito importante virar o concelho para o rio. Que eu tenha conhecimento, a parte do turismo militar está pouco trabalhada”, considera, para depois rematar: “A Barquinha foi embelezada e não tenho nada contra, mas chega de embelezamento. Agora há que criar condições para as pessoas terem emprego”.
João Lopes



















