O Instituto Mais Liberdade produziu o Ranking de Competitividade Municipal, um índice que compara a atratividade e qualidade de serviços e infraestruturas dos 186 municípios que têm mais de 10 mil habitantes em Portugal. O objetivo é oferecer informação clara e comparável para famílias, empresas e decisores públicos, evidenciando padrões, boas práticas e fragilidades a nível local. Procura-se assim estimular o desenvolvimento de cada município e valorizar aqueles que apresentam melhores indicadores em cada dimensão de análise.
Este ranking é lançado numa altura em que o Instituto +Liberdade tem também a decorrer a maior exposição sobre eleições autárquicas e participação cívica, presente em mais de 300 locais de todo o país (escolas, bibliotecas, câmaras municipais, juntas de freguesia e outros locais). Mais informações sobre a exposição “Democracia Aqui Tão Perto” e locais aderentes pode ser consultada aqui.
Principais resultados
- Lisboa lidera com 70,1 pontos, seguida de Oeiras (66,2) e Porto (61,6). O top 10 é completo com Coimbra, Aveiro, Cascais, Maia, Alcochete, Funchal e São João da Madeira.
- O ranking confirma um padrão estrutural: os primeiros lugares concentram-se sobretudo em grandes municípios do litoral, onde há maior densidade populacional, empresarial e de infraestruturas; no fundo da tabela predominam municípios do interior e das regiões autónomas, refletindo assimetrias de acessibilidade e escala. O persistente centralismo do país reflete-se nestes resultados.
Quem se destaca em cada categoria
O índice agrupa 10 categorias de competitividade em duas grandes dimensões (Famílias e Empresas e Serviços, Infraestruturas e Governação Local) e acrescenta uma terceira dimensão (Competitividade Envolvente). Eis alguns destaques por categoria:
- Rendimentos familiares: liderança de Oeiras; Sines destaca-se pelo ganho médio mensal elevado e baixa incidência de baixos rendimentos.
- Capital Humano: Lisboa em 1.º lugar, com maior percentagem de população com ensino superior; Arruda dos Vinhos surpreende no top 10 pela baixa taxa de desemprego e forte crescimento populacional.
- Capital Produtivo: pódio para Lisboa, Oeiras e Porto, refletindo densidade empresarial, presença de grandes empresas e inovação.
- Saúde: Coimbra lidera, espelhando o seu papel de polo hospitalar e universitário.
- Educação: topo para Angra do Heroísmo, Rio Maior e Faro; São João da Madeira destaca-se pela elevada dotação de docentes no ensino não superior.
- Habitação: melhor pontuação em Sátão, Bragança e Monção (maior acessibilidade); Lisboa surge no final devido ao custo elevado de rendas e preço por m².
- Cultura e Entretenimento: Lisboa e Porto concentram a oferta cultural; há casos positivos de menor escala como Alcanena, Estremoz e Elvas.
- Proteção e Justiça: Oeiras na liderança, seguida de vários municípios do distrito do Porto.
- Serviços essenciais e ferrovia: Albufeira em 1.º (boa densidade de multibancos e presença de serviços/estações); piores resultados em concelhos com menor cobertura destes serviços.
- Fiscalidade e endividamento autárquico: topo para Cinfães, Sátão e Valpaços, com baixa tributação e endividamento; Vila Real de Santo António fecha a tabela.
- Competitividade Envolvente (efeitos de proximidade): Amadora, Odivelas e Almada lideram por beneficiarem da proximidade a vários municípios altamente competitivos na AML, sobretudo Lisboa; Horta surge em último.
Resultados
A tabela abaixo permite a consulta das classificações finais, e permite a reordenação da tabela e pesquisa. Se preferir, pode consultar a tabela em ecrã completo.
Como foi feito
O índice resulta de 11 categorias de competividade (10 categorias nucleares + Competitividade Envolvente), compostos por vários indicadores que resultam de dados públicos e comparáveis (INE, Pordata e outras fontes públicas), e normalizados numa escala 0–100. Estas categorias estão agrupadas em três diferentes dimensões: Famílias e Empresas pesam 50%, Serviços, Infraestruturas e Governação Local vale 40% e a Competitividade Envolvente representa 10% da pontuação final.
A Competitividade Envolvente mede a influência de municípios vizinhos num raio de 50 km, ponderando a distância e a classificação dos territórios próximos.
Nota metodológica: Os resultados refletem a informação mais recente disponível à data de construção do índice.
Porque interessa
O ranking fornece um diagnóstico objetivo do território, útil para políticas públicas, atração de investimento, planeamento municipal e escolhas de famílias e empresas. Mostra que a proximidade a polos dinâmicos potencia oportunidades de emprego, serviços e inovação, enquanto o isolamento territorial penaliza o desempenho relativo — reforçando a importância de redes e cooperação regional.
Redação