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Os docentes de Português lançaram o repto de se ler, ouvir, declamar e… escrever mais poesia nas escolas. Decidiu-se, depois, sair do espaço restrito da sala de aula e partilhar a experiência com a comunidade. O plano cultural da escola também se deixou contaminar pela iniciativa e eis que a poesia na Biblioteca saiu das prateleiras, circulou pelos espaços da Escola sede e também se instalará nas ruas da vila, como poderão verificar se por lá passarem. Já explicaremos melhor…

A 21 de março, o grupo de teatro animou a escola com a arte de dizer poesia e com as palavras sábias dos poetas que souberam olhar as árvores, como António Gedeão, para quem As árvores crescem sós. E a sós florescem (…)/E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas. Os mais pequenos ofereceram versos soltos em rolinhos e animaram os mais velhos com as palavras de Alexandre O’Neill que nos dizem que amigo é “… um sorriso/ “De boca em boca,/ Um olhar bem limpo,/ Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,/ Um coração pronto a pulsar/ Na nossa mão!”. Mesmo que tropecem nalgumas palavras, aprende-se o gosto de as dizer…

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Com o mesmo propósito comemorativo, acrescentando o do Dia Mundial da Água, os alunos do 2º ciclo, na semana de 21 a 25 de março, expuseram, na Biblioteca Carlos Cécio, o resultado do trabalho desenvolvido desde novembro. O mote, para o 5º ano, foi Sophia de Mello Breyner com a leitura da sua obra A Menina do Mar e Chamo-me… Sophia, de José Jorge Letria. O 6.º ano partiu da leitura da obra Chamo-me… Almeida Garrett. Os trabalhos interdisciplinares, entretanto elaborados pelos alunos nas disciplinas de Português, TIC, EV/ET, EM e CN, alimentaram essa exposição e permitiram a elaboração de um E-book reunindo os poemas ilustrados e declamados pelos alunos. A Natureza, ou pedaços dela, e a imaginação conviveram com as palavras dos autores consagrados, mas também dos pequenos poetas. São estes que afirmam, em perfeita rima interna, ser A violeta da cor da caneta e que nos falam da existência das flores, como a rosa, que Passa a vida à chuva e ao sol/ E é mais bonita que o girassol, e a papoila, que Passa a vida a bailar,/ Todo o dia vermelha e bela. De todo o trabalho produzido, destaque-se as Árvores de Poesia, cujas folhas serão partilhadas com a comunidade no pelourinho da Vila de Constância, durante as Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem.

Se, por estes dias festivos, visitar a vila de Constância, poderá ainda ver a Poesia à Janela e nas árvores, contribuição dos alunos do secundário e do 3º ciclo, cujo labor de seleção de versos ficou inscrito em telas e em quadros ilustrados na aula de Ed. Visual. À medida que percorre os espaços, sob as árvores, encontrará as palavras de Torga lidas de forma mais literal do que estaria no seu pensamento: Os meus versos são folhas dos seus ramos. Fica ainda a certeza de que Entre o luar e a folhagem,/ Entre o sossego e o arvoredo/(…) Passa um segredo, segundo F. Pessoa.

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