
O Mustang Mach-E gera muita controvérsia pois a Ford pegou no nome de um modelo que é um ícone da marca como sendo um desportivo, e não só o tornou elétrico mas também num SUV. Eu próprio estava sético relativamente ao nome mas depois de experimentar deixem-me dizer que acho que o Mach-E é digno do nome Mustang.
Relativamente ao design exterior o Mach-E vai buscar a linguagem de design do Mustang.
Na parte dianteira temos uma grelha, que embora fechada, tem o formato típico do Mustang e incluí, obviamente, o logo do cavalo. As óticas também têm o mesmo estilo do Mustang embora um pouco mais alongadas, e o capot tem os mesmos ângulos que no desportivo. Na parte lateral temos a silhueta também do carro mas maior e mais elevada relativamente ao solo. A parte do vidro traseiro e o tejadilho a inclinar par trás é tal qual como no desportivo. Temos ainda uns jantes opcionais de 20 polegadas acompanhadas de umas bombas de travão vermelhas. Na base das portas dianteiras temos a inscrição “Mach-E 4X” que significa que estamos na versão de tração às 4 rodas. Ressalvo também que não temos puxadores das portas. Para abrirmos temo uns botões nos pilares das portas, e caso este botão falhe, será sempre possível abrir as portas por um pin num teclado tátil que também aparecerá nos pilares. Na parte traseira também é o típico Mustang mas maior. As curvas presentes na mala do desportivo estão aqui também, e as óticas são iguais, com a exceção de que temos uma faixa luminosa a ir em direção ao centro da mala.
Por outro lado o design interior nada tem haver com o desportivo, pois é bastante minimalista. Talvez a única semelhança que encontro seja as saídas de ventilação junto das portas. E como se trata de um elétrico obviamente tem que ser tecnológico, e por isso temos um painel de instrumentos digital, que é pequeno para o que temos hoje em dia, mas que apresenta o essencial, ou seja, a velocidade e as ajudas à condução, pois tudo o resto estará presente no enorme ecrã central que se encontra ao alto, bem ao estilo da Tesla. O sistema de infotaiment a que temos acesso através deste ecrã é muito semelhante ao sistema presente em todos os Fords, mas com uma disposição vertical. Neste ecrã temos também presentes os botões para controlo da climatização, que na minha opinião deviam continuar físicos porque em andamento é mais complicado de operar, ainda para mais na posição muito baixa em que se encontram que nos faz desviar o olhar da estrada. A tê-los digital deveriam estar no topo do ecrã e não na base. A qualidade dos interiores é boa, especialmente para um Ford. Existem poucos plásticos e onde não temos pele, temos tecido a cobrir o tablier ou portas. No geral, para mim, o interior está muito bem conseguido à exceção dos bancos. Estes são confortáveis, mas têm um encosto muito neutro para um carro desportivo, o que nas curvas não nos encaixa bem.
O espaço interior para os passageiros é ótimo. Na parte traseira conseguimos levar três adultos sem grande dificuldade, até porque sendo elétrico não temos desnível no solo no banco central típico dos carros a combustão por causa do eixo da transmissão. Para a cabeça, apesar do teto panorâmico, temos imenso espaço, até porque o teto não tem motor para a cortina, visto que o vidro tem proteção solar. Na bagagem contamos com 402lts de capacidade, capaz de ir até os 1420lts com os bancos rebatidos.
A versão ensaiada vem equipada com dois motores elétricos, um no eixo dianteiro e outro no traseiro, dado assim ao Mach-E tração integral e potência de 351cv. Como tem o pack de autonomia, as baterias são de 98,7Kwh. No entanto existe a versão base com 269cv, e uma versão GT que estará brevemente disponível, com 487cv.
Na condução urbana o Mach-E é ótimo, todos os elétricos o são. A direção é leve e conseguimos virá-lo de bloqueio a bloqueio em menos de nada. A suspensão também é suave para mitigar as irregularidades que encontramos nas nossas cidades como lombas e empedrados. O único problema é mesmo a dimensão do carro, mas sempre temos as câmaras 360º que ajuda bastante nas manobras. Em auto estrada também é ótimo, não temo muito barulho proveniente do exterior, até porque temos vidros acústicos, e podemos fazer longas viagens sem dores de costas porque os bancos são muito confortáveis.
Na condução desportiva é que o Mach-E me surpreendeu, e foi onde eu fiquei a perceber que é um automóvel digno do nome Mustang. Apesar de ser maior, mais pesado, e ter um centro de gravidade maior, o Mach-E tem uma dinâmica muito boa. Nas curvas, para um carro deste género, aguenta-se muito bem, e a sair delas temos uma saída ótima. Aliás a saída do Mach-E é boa, ele consegue cumprir o sprint dos 0 aos 100 km/h em 5,8s. Em suma, para um carro desportivo não é um comportamento WOW, mas para um elétrico a dinâmica é muito boa.
O Mach-E obteve 5 estrelas nos testes do EuroNcap com 92% na segurança dos adultos, 86% na segurança das crianças, 69% na segurança dos pedestres e 82% nas ajudas à condução.
A versão ensaiada custa 70.000€, mas a versão base custa 61.497€ e a GT 84.055€. Sendo elétrico está isento de IUC.





















