A concelhia do PS do Entroncamento emitiu um comunicado que transcrevemos na íntegra

“O vereador da Câmara Municipal do Entroncamento, Luís Forinho, eleito pelo Chega, tem tecido um conjunto de comentários públicos, nomeadamente, associando homossexualidade a pedofilia ou mesmo a zoofilia.

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O direito à liberdade de expressão não é prerrogativa para disseminar preconceitos e, sobretudo, violar os demais direitos previstos na própria Constituição. Não se pode interpretar a liberdade de expressão ou de opinião como uma licença para expor pensamentos que ferem o próprio direito de liberdade – no caso concreto, o direito de livre orientação sexual.

Isto aplica-se a qualquer cidadão. Agrava-se pelo facto de, nessas intervenções de cariz público, arrolar a sua condição de vereador.

A Concelhia do Entroncamento do Partido Socialista entende que, se estes dislates devem ser combatidos veementemente, devem sobretudo ser deixados à relevância de uma rábula de humor pouco apurado. No entanto, o reiterar desta deplorável cena deste triste enredo de ridicularização numa sessão da Câmara Municipal, merece que ajamos para impedir a normalização de narrativas e de atos que atentam contra os mais básicos direitos humanos.

O vereador Luís Forinho invoca recorrentemente a sua liberdade de expressão de forma enviesada.

E fá-lo porque é incapaz de reconhecer os direitos dos outros, fá-lo porque, de forma ignóbil, atenta reiteradamente aos direitos e liberdades garantidas no nosso texto constitucional e na Carta Universal dos Direitos do Homem, dos quais apenas lê seletivamente alguns artigos como se o legitimassem bibliograficamente.

Tão obviamente o faz, que não reconhece a outros o direito à censura das suas posições e comportamentos, incluindo das suas posições políticas. Próprio de quem recorre ao expediente da defesa intransigente da democracia, para encapotar o seu desdém em relação a ela.

O despotismo flagrante de quem abusa recorrentemente da sua condição, nomeadamente, usando dados pessoais para invadir inquisitoriamente a vida pessoal de quem realiza diligências junto da Câmara Municipal, como com satisfação mostrou em reunião anterior.

Não está a exercer nenhum dos seus direitos ou deveres enquanto eleito, está apenas tirar proveito indevido dessa condição e a tentar impor a sua validação. E isso merecerá sempre a nossa oposição.

Usando a estratégia da vitimização do hooligan, o referido vereador disse que foi impedido de responder à declaração que Vereador Carlos Amaro leu, repudiando a dita intervenção pública e o seu teor, e por isso apenas o fez na reunião de 02 de novembro.

Ora, o que se constatou claramente, nessa e noutras ocasiões, é que Luís Forinho é incapaz de dizer ou fazer o que quer que seja sem um guião escrito.

O cidadão e vereador Luís Forinho pode ter saído do Chega, como manifesta até com grande alarde, mas o Chega, com toda a certeza, continua bem vivo dentro dele.”

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