
Durante muitos anos o Golf foi o líder do segmento C, mas com uma concorrência agressiva que tem vindo a lançar cada vez melhores modelos (por exemplo Kia Ceed e Ford Focus) será que o Golf ainda tem argumentos para se manter o reio do seu segmento? Eu acredito que sim, mas também acredito que a sua permanênica no lugar cimeiro do pódio está seriamente ameaçada.
Relativamente ao seu design, acho que o Golf já esteve melhor, alías todos os Volkswagen, pois a nova linguagem de design da Volkswagen está muito direcionada para os elétricos e como tal, mesmo em carros a combustão, temos elementos típicos dos elétricos. Para começar temos uma frente muita fechada e lisa, e sem grandes pormenores coisa que não tínhamos até agora. Por exemplo a grelha desapareceu por completo e a refrigeração dá-se por uma abertura no para-choques, para-choques esse com poucos ângulos e detalhes. As óticas foram renovadas e têm um formato um pouco diferente, mas conseguimos associar facilmente como sendo um Golf. Para além disso temos agora uma faixa luminosa que liga as duas óticas dianteiras, fazendo parecer que de noite o Golf tem um bigode. Na parte lateral também conseguimos identificar imediatamente como sendo um Golf pois a sua silhueta mantêm-se muito igual, e temos umas jantes de 16 polegadas que são as jantes de série na versão base (LIFE). É também aqui na parte lateral que conseguimos ter a perceção a olho nu de que o Golf cresceu um pouco. A parte traseira para mim, é a parte que melhorou mais. Temos uns ângulos mais retos na bagageira, o que eu gosto bastante, e temos umas óticas mais finas e que se assemelham às da BMW. Há agora também umas imitações de ponteiras de escape que nesta versão estão muito disfarçadas, sendo que nas versões superiores já temos uns cromados que fazem sobresair mais as ponteiras.
O design interior evoluiu muito, e é para mim o interior mais agradável de sempre! Para começar gostava de frisar um elemento muito Audi, que é haver uma linha contínua de efeitos cromados que ligam ambas as saídas de ventilção nas extremidades do carro, fazendo parecer que temos uma saída de ventilação gigante em todo o tablier. Depois foi toda uma surpresa, pois nunca achei que iria gostar mais deste interior do que o do seu “primo” Seat Leon, pois as fotos do Golf que tinha visto não lhe faziam jus. Tal como no Leon, o Golf dispõe de uma luz ambiente, luz essa que podemos alterar a cor para quase todas as cores presentes no espectro de luz. No entanto temos que ter em mente, que ao alterar a luz ambiente alteramos também a cor do painel de instrumentos, e embora uma cor possa parecer muito gira para luz ambiente, para os nossos olhos no painel de instrumentos poderá ser muito berrante ou muito escura. Passando para a parte traseira verificamos a diminuição da qualidade dos materiais, sendo que nas portas temos apenas plástico. Já que passamos para a parte traseira, posso falar da habitabilidade que é bastante boa. Temos imenso espaço para as pernas e cabeça dos ocupantes traseiros, e para levar três adultos não será um problema em pequenas/médias viagens, dado que o carro é largo o suficiente para transportar três adultos com o mínimo de conforto. De destacar, que para além da típica bolsa de “cadeira de avião”, temos uma mais pequena e numa posição mais elevada à medida do nosso smartphone. No espaço para mercadorias, o Golf dispõe de 380lts de bagageira, mas nunca me canso de dizer que o que conta é a bagagem que efetivamente conseguimos colocar no carro e não só os litros no papel, e nesse aspeto considero que o Golf tem um ótima babageira.
No campo das tecnologias temos um painel de instrumentos digital que pode assumir várias formas de se apresentar, se bem que eu apenas goste de usar o “modo clássico” que são os mostradores como se fossem analógicos, ou os mostradores do modo desportivo. Para além disso é bastante completo, pois como já referi anteiormente pode ter várias cores, e dentro de cada roda (conta rotações e velocímetro) podemos alternar por todo o tipo de informação e mais alguma, tal como a informação presente no centro do display. O sistema de infotaiment por sua vez também é bastante completo, a par do que já vinha a ser feito no grupo VW, que na minha opinião sempre teve os melhores infotaiments. Na verdade este novo sistema é muito igual ao anterior, apenas está de cara lavada com uma nova apresentação dos logotípos e menu’s, e quando vamos para a aplicação do controlo do carro, em vez de termos uma imagem estática do carro, temos agora uma animação que vai rodando pelo carro, inclusive o interior. A velocidade de processamento também continua a ser excelente. Ainda nas tecnologias mas nas ajudas à condução o Golf tem tudo o que necessitamos, como o cruise control adaptativo, sistema de pré-colisão com travagem de emergência, sistema de manutenção na faixa de rodagem, máximos automáticos, entre outros.
A unidade ensaiada vem equipada com um motor 2.0 cilindrada a diesel com 150cv, uma peça em vias de extinção dado a marcação serrada que o mercado anda a fazer aos motores a combustão, em especial o diesel. Este motor é bastante económico, e numa condução mista de auto estrada com cidade consegui consumo de 4,5lts por 100kms, consumos de automóvel híbrido!
Na sua condução o Golf é bom em todos os aspetos.
Para condução em percursos urbanos, a direação é bastante leve e temos boa precepção dos ângulos para podermos estacionar, se bem que ainda temos a câmara de marcha-atrás para ajduar. A suspensão é suave e lida bem com as irregularidades que temos na estrada, que em Munique (onde testei o carro) se resume aos carris do elétrico. Arriscaria dizer que o conforto está praticamente ao nível da Volvo! Em auto-estrada também temos uma viagem bastante confortável, mais uma vez devido à suspensão do Golf, e também à insonorização que é excelente, e não ouvimos muito o barulho do rolar das rodas nem do motor. Deixo aqui uma ressalva que as estradas na Alemanha são de extrema qualidade comparado com as estradas portguesas, pelo que acredito que em Portugal se ouvirá um pouco mais o rolar das rodas devido ao nosso alcatrão mais “áspero”. Na condução desportiva foi aí que mais me surpreendeu, pois dada à sua suspensão leve, pensei que não fosse ter um comportamento dinâmico semelhante ao do seu “primo desportista” Leon, e muito pelo contrário, está lá a bater muito perto. Depois este motor é o típico TDI com aquela força que nós conhecemos, e que com a mudança certa conseguimos ter um arranque brutal. Destaco também a caixa automática que é bastante rápida quer em modo automático quer em manual, sendo que responde de imediato assim que toco nas patilhas no volante (quando em modo manual).
Em suma, considero que o Golf ainda tem todos os argumentos para ser o rei e bestseller do seu segmento, apesar de no geral gostar mais do design do modelo anterior.
Deixo a nota que esta motorização não está disponível em Portugal, sendo que o 2.0 TDI que temos é apenas o de 115cv. No entanto posso indicar que em Portugal o preço base do Golf são 28.615€, e mantendo tudo igual mas com a motorização de 115cv o preço deste Golf ficaria em 40.793€. A versão ensaiada paga 226,98€ de IUC.
O Golf obteve 5 estrelas nos testes de segurança do EuroNcap, com 88% na segurança dos adultos, 87% na segurança das crianças, 74% na segurança dos pedestres e 82% nas ajudas à condução.





















