A exposição Adeus, até ao meu regresso! – Memórias da Guerra Colonial de Ex-combatentes do Concelho de Constância, vai regressar à Sala Polivalente do Cineteatro Municipal de 9 de março a 25 de abril, às quintas, sextas-feiras e sábados, das 14H00 às 128H00.
O município assinala, assim, os 50 anos do 25 de abril em Constância, uma data que marca um dos acontecimentos mais importantes da História Portuguesa do século XX e, por simbolizar o princípio da democratização do país, através da implementação de grandes transformações na sociedade, na sua economia e na sua cultura.
Assim, foi concebida esta exposição para retratar o longo e difícil percurso militar e pessoal destes jovens, oriundos ou residentes no concelho de Constância. Além desta iniciativa, elaborou-se um filme intitulado Memórias de Guerra de Tatiana Constantino e ainda em 2025 será apresentada uma publicação de Miguel Luís sobre esta temática.
“Os jovens recenseados no concelho, por volta dos 18 a 20 anos eram chamados à inspeção, onde eram avaliados física e mentalmente por médicos, que atribuíam ou não a capacidade de cumprir o serviço militar. Pouco tempo depois, eram chamados para iniciarem a recruta, recebendo um treino militar básico, que era seguido de uma especialização. Caso fossem mobilizados para o Ultramar, teriam que passar mais algumas semanas por uma Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO)”.
“Assim que era dada a ordem de embarque, os militares partiam em navios do Cais da Rocha do Conde de Óbidos, enquanto as famílias em terra se despediam em lágrimas e num mar de lenços brancos”.
Não pode ser esquecido, que durante a Guerra Colonial, morreram quatro militares do concelho de Constância, três da freguesia de Santa Margarida da Coutada: Alexandre António Alves Félix, Manuel João de Moura Ramos Inácio e Joaquim dos Santos Batista e um da freguesia de Montalvo: José Gaspar Rodrigues.
Esta iniciativa tem por objetivo homenagear os jovens das décadas de 60 e 70 que tiveram como destino combater nas colónias portuguesas em África, valorizar esse enorme esforço humano, salvaguardar as suas memórias, preservar esta História como parte integrante da identidade local e nacional, e acima de tudo, promover uma consciencialização para a defesa dos valores da paz e da não violência.