A Comissão Coordenadora do Entroncamento do Bloco de Esquerda emitiu um comunicado sobre o anunciado encerramento da Hidrobetão, que transcrevemos na integra:
“Numa descarada operação de pré-campanha eleitoral, a empresa Hidrobetão foi supostamente encerrada por uma delegação de alto nível da Câmara Municipal do Entroncamento, composta pelo presidente e pela vice-presidente, ambos recandidatos pelo PS à autarquia. A operação mereceu ampla propaganda pública, com direito a cartaz e a foto para a comunicação social.
Além da despudorada propaganda pré-eleitoral usando cargos públicos, a operação do encenado encerramento da Hidrobetão por parte dos candidatos do PS esconde um longo histórico de complacência com o funcionamento ilegal de uma empresa por parte da maioria PS na Câmara Municipal do Entroncamento.
Na verdade, há muito tempo que os moradores da zona e o Bloco de Esquerda vêm denunciando a atividade ilegal da empresa, fortemente perturbadora da tranquilidade e do ambiente, e exigindo o seu encerramento.
Mas vamos aos factos:
- O problema foi apresentado pessoalmente por um morador ao vereador Carlos Amaro (PS) em 15 de janeiro de 2020;
- Foi enviado mail do morador ao vereador Carlos Amaro (PS) a recordar essa reunião a 12.05.2020;
- A 12 de julho de 2020, foi apresentada uma primeira queixa por email, diretamente para a esquadra da PSP do Entroncamento;
- Foi enviado à Câmara novo e-mail do morador a recordar o e[1]mail anterior, em dezembro de 2020;
- Em16 de dezembro de 2020; Henrique Leal (BE) denuncia publicamente o problema aos microfones da Rádio Voz do Entroncamento;
- Em 21 de dezembro de 2020, a vereadora (BE) Sara Florindo denuncia o problema na Câmara Municipal, solicitando respostas;
- Em 18 de janeiro de 2021, a vereadora (BE) Sara Florindo insiste na necessidade de intervir, na Câmara Municipal;
- Em 15 de fevereiro de 2021, perante a inoperância da Câmara Municipal, um morador solicitou uma ação inspetiva à PSP, através do portal da Administração Interna; a CME solicitou um relatório inspetivo aos serviços municipais.
- O problema entrou na ordem de trabalhos da reunião da Câmara Municipal em 5 de abril de 2021 e, face ao relatório arrasador dos serviços técnicos da autarquia, a CME concedeu um prazo de trinta dias para o encerramento da atividade ilegal da empresa Hidrobetão.
- Em 21 de Junho, face à resposta inconsequente e despudorada da Hidrobetão, a Câmara Municipal concedeu mais trinta dias para o efetivo encerramento da atividade ilegal da empresa.
- Em 26 de junho, na Assembleia Municipal, o deputado municipal Carlos Matias (BE) exige o imediato encerramento da Hidrobetão.
- Finalmente, em 19 de agosto, Câmara Municipal do Entroncamento, encena o encerramento a atividade industrial da Hidrobetão, afixando no portão da empresa um cartaz declarando esse encerramento e emitindo um comunicado a publicitá-lo, com uma fotografia do presidente e da vice[1]presidente ladeando o cartaz, isto é , reclamando os créditos pela deliberação camarária.
- Na manhã seguinte ao suposto encerramento, a 20 de agosto, o cartaz tinha levado sumiço e a fabriqueta continuava a laborar;
- Curiosamente, também em 20 de agosto, a CME emitiu um outro comunicado noticiando a hasta pública para a subconcessão de quatro lotes no Parque Empresarial do Entroncamento e uma das empresas contempladas é precisamente a Hidrobetão.
Em conclusão.
- Neste episódio burlesco e vergonhoso com a empresa Hidrobetão, a propaganda dos candidatos do PS e autarcas em funções esconde uma longa história de desprezo pelo bem-estar dos moradores afetados pela atividade industrial ilegal da empresa.
- Esconde a sua longa complacência para com uma atividade ilegal e fortemente perturbadora do ambiente.
- Esconde que só lhe puseram termo após inúmeras e sucessivas denúncias de moradores e de autarcas do Bloco de Esquerda e após uma intervenção da PSP.
- Esconde que só encerraram a empresa quando esta arrematou um lote na zona industrial para se reinstalar.
- E, finalmente, esconde que no dia seguinte ao propagandeado encerramento a empresa continuava a laborar. Tratou-se de uma farsa, de um encerramento encenado para a fotografia em pré-campanha eleitoral.
A cidade merece saber a verdade. E merece mais dos seus autarcas.”
















