Homem não aceitava o fim da relação e assassinou a mulher, de 34 anos e mãe de dois filhos menores em plena via da aldeia. Suspeito fugiu de carro, mas entregou-se na GNR após percorrer 50 quilómetros.

Foi no dia 28 de julho mas importa recordar. Uma mulher com 34 anos, de descendência africana, foi abatida a tiro em plena rua, no Pego, em Abrantes. O autor do crime é o ex-companheiro com o dobro da idade, que acabou por entregar-se às autoridades, em Alcanena, depois de matar a vítima.

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Ao que tudo indica, o agressor, “nativo” (leia-se português e branco) do concelho, não aceitara a separação e já tinha ameaçado a mulher e os dois filhos menores.

Depois de baleada ainda foi transportada para o hospital onde acabaria por sucumbir aos ferimentos.

Segundo comunicado da Polícia Judiciária (PJ), o casal encontrava-se separado, “por iniciativa da mulher, desde há cerca de 15 dias (do dia do crime), na sequência de diversos episódios recentes de conflito e violência entre ambos”.

Fruto da relação com o suspeito, que tem 63 anos, há dois filhos menores de idade “que presenciaram parte dos factos”.

O crime ocorreu quando a mulher estava a sair de casa, sendo surpreendida pelo suspeito “com diversos disparos de caçadeira, que lhe provocaram ferimentos de grande gravidade”.

Depois de presente a tribunal, o suspeito ficou em prisão preventiva.

No jornalismo não se deve publicar a etnicidade, orientação sexual, raça ou outros traços definidores e generalizadores.

Mas perante todo o tipo de acusações contra imigrantes, “não portugueses” e que mais, é importante escrever que esta foi uma morte causada por um homem branco, contra uma mulher de cor. Um caso entre tantos outros que passam pelos pingos da chuva e dão largo aos populistas para denegrir quem apenas quer uma vida melhor.

Neste caso, infelizmente, tratou-se de um caso de violência inimaginável. Contra uma mulher (um problema sério em Portugal) e contra uma imigrante, com dois filhos, que, certamente, só queria uma vida melhor.

Já o Pego continua a ser a aldeia das casas baixas, de boa gente e solicita. Por momentos, as suas casas caiadas ficaram manchadas de vermelho.

Ricardo Alves

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