PUB

Por vezes, lá vasculho umas quantas gavetas onde a vida se foi arrumando, e constato que os momentos em que me diverti verdadeiramente e a sério, já têm ervas! Tufos delas. Não quer dizer que, no resguardo dos meus amigos e família, não seja um tipo afável, brincalhão e não diga umas quantas coisas engraçadas (pelo menos para mim), mas isto de uma pessoa se divertir à grande implica uma desmesurada capacidade de abstração às taxas de juro, trapaças governamentais, de ser roubado à bruta, de esperar doze horas nas urgências por não ter médico de família, e confesso que a minha leveza de espírito me leva a rir mais por instinto de fuga do que propriamente por artes de boa disposição e amena cavaqueira.

Ora, como bem sabemos, nos recentes anos da COVID-19, a grande maioria dos portugueses sofreu um AVH (acidente vascular humorístico) e hoje ainda só sorri com metade da boca, o que é realmente muito triste. Para agravar tudo isto, a nossa mui nobre nação foi assolada por outra estirpe que arrasou com a dentição das carteiras do pessoal, de seu nome Christine Lagarde, variante carnívora do Corona vírus, criada no laboratório do Banco Central Europeu, e que foi pior que o Deus me livre e a padeira de Aljubarrota a aviar espanhóis.

PUB

O português não é um povo propriamente folião e, sejamos sinceros, se lhe retirassem o álcool e o futebol, estaríamos garantidamente no topo da lista dos países mais infelizes do mundo. Curiosamente, segundo o Relatório Mundial da Felicidade efetuado pela ONU, o país mais feliz do mundo é a Finlândia! – como assim, a Finlândia!? – Um país cuja temperatura máxima no verão é de 20°C, que tem como prato nacional e sua principal referência gastronómica, como o seu topo do topo… pão de centeio! Isso mesmo, meus amigos! Em 2017 foi esse o prato nacional escolhido! PÃO DE CENTEIO!

Portugal tem cozido à portuguesa, ameijoas, migas, entrecosto, bacalhau no forno, temos arroz doce e queijinhos do céu, sol, praia, gente bonita, já para não falar dos chocos do STOP, e os gajos da Finlândia são mais felizes do que nós só com côdea e casacos de penas! Isto deprime qualquer pessoa.

E para terminar com a cereja no topo do bolo: quando questionaram um finlandês sobre o que poderia aconselhar às pessoas de todo o mundo para serem mais felizes, o fulano aconselhou a prática do “kalsarikänni”, que consiste por ficar em casa, a beber… só com roupa interior! 

Isso mesmo, leram bem.

Claro que fui investigar se tinha influência a utilização de cueca ou boxer neste processo e, por mero acaso, deparei-me com um provérbio finlandês, este sim, verdadeiramente relevante, e que diz assim:

Onnellisuus on se paikka puuttuvaisuuden ja yltalkyllaisyyden valilla”

Profunda sabedoria, não acham?

Para vos poupar trabalho desnecessário deixo-vos aqui a tradução:

A felicidade é um lugar que fica entre o pouco e o demasiado”

Agora que partilhei convosco o segredo da felicidade, fiquem em casa e toca a emborcar (entre pouco e demasiado).

Sejam felizes.

P.S – Voltarei ao meu registo normal na próxima crónica, não se preocupem.

Telmo Mendes

Siga o trabalho do escritor em:

https://www.facebook.com/pelopeitoadentro/

https://www.instagram.com/telmo.mendes.writer/

PUB