Chegou o tão esperado ano que tanto pedimos ainda em dezembro. É curioso, não é? Como o início de um novo ciclo nos faz acreditar que tudo pode ser diferente, que podemos ser melhores, fazer mais, viver intensamente. Arranca de nós promessas gordas, barulhentas e apressadas, porque o ontem passou, o hoje não é o suficiente e o amanhã continuará sempre a ser incerto. Ano após ano, a mesma falta de honestidade para connosco. Quantas vezes já escrevemos as resoluções perfeitas apenas para as abandonarmos antes mesmo de janeiro terminar? Quantas vezes nos enganamos com promessas tão grandes que se tornam impossíveis de carregar?

Este ano gostaria de propor algo diferente. Não um pacto com o futuro, esse já vimos que não tem tanta durabilidade, mas um compromisso com o presente, que é tudo o que temos. Não precisamos de promessas grandiosas nem de listas de desejos intermináveis. Precisamos de algo mais cru, mais real. Precisamos de votos realistas que nos lembrem que a mudança não está marcada no calendário, mas em cada momento que escolhemos viver.

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A ti, que lês estas palavras, deixo-te os meus votos para 2025. Não são resoluções. São pequenos lembretes. Porque, às vezes, tudo o que precisamos é de um lembrete de que ainda estamos aqui, ainda temos tempo, ainda podemos.

Nunca esperes por um novo ano para começares. O dia certo nunca será marcado a vermelho no calendário ou anunciado com fanfarras. Ele é hoje. Agora.

Perdoa-te. Perdoa-te pelas palavras que não disseste, pelas vezes que falhaste, pelas oportunidades que deixaste escapar. O peso do arrependimento é sufocante, mas a aceitação é uma libertação.

Sente. Permite-te sentir tudo: a alegria sem culpa, a tristeza sem vergonha, o amor sem medo. Não há vida plena sem emoções bem geridas.

Lembra-te de que não precisas de ser perfeito. Não precisas de ser a versão idealizada de ti mesmo. Precisas apenas de ser humano. Isso já é mais do que suficiente.

Aprende a parar. Parar de correr, de agradar, de tentar controlar tudo. Porque, às vezes, o que mais precisamos é de respirar e observar o que já temos.

Vive os teus dias como se fossem únicos, porque são. Não porque o relógio corre, mas porque cada momento é irrepetível.

E, por último, recomeça. Que te dês o direito de recomeçar quantas vezes forem necessárias. O ano pode mudar, mas o que realmente importa é a tua vontade de te reinventares, não importa quantas vezes o mundo te faça tropeçar.

Prepara-te e aceita que 2025 não será perfeito. Vai trazer desafios, lágrimas e frustrações. Mas também trará risos, conquistas e momentos que vão fazer valer a pena. Não esperes que ele seja a mudança. Faz dele uma oportunidade de viver, de sentir, de ser com tudo o que tens.

Porque, no final, a vida não se mede em anos. Mede-se em momentos. E que, em 2025, possas viver muitos deles, para que possas olhar para trás, um dia, e dizer: “Eu vivi. Eu senti. Eu estive lá.”

Com toda a sinceridade e humanidade que posso oferecer,

A tua voz interior

SANDRA MAY

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