Os Bombeiros Voluntários de Constância enfrentam uma prioridade inadiável: adquirir, até Outubro, uma nova Ambulância de Emergência para garantir a continuidade do protocolo com o INEM. Sem este investimento, avaliado em cerca de 70 mil euros, o concelho arrisca-se a perder o seu Posto de Emergência Médica — um serviço vital para a resposta rápida a situações urgentes.
Os Bombeiros Voluntários de Constância sempre foram, ao longo de décadas, o garante da segurança, da protecção e da vida de todos nós. É fácil esquecermo-nos do quanto lhes devemos até ao dia em que precisamos de uma sirene a soar ou de uma ambulância à porta. Hoje escrevo como antigo dirigente, e como cidadão preocupado, perante sinais claros de fragilidade financeira que podem colocar em risco o futuro do posto de emergência médica.
Há três necessidades urgentes que sinto existirem naquela associação, que não podem continuar a ser adiadas. E cuja resolução merece toda a nossa atenção colectiva. A primeira – e mais grave – prende-se com a aquisição de uma nova Ambulância de Emergência para o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes). Está em causa o protocolo com o INEM que garante a existência de um Posto de Emergência Médica no nosso concelho. A renovação deste protocolo, prevista para outubro, ao que julgo saber, depende directamente da compra desta viatura, cujo valor ronda os 70 mil euros. Sem ela, Constância poderá perder o seu posto de emergência médica. E todos sabemos o que isso significa: mais tempo de resposta, mais distância aos cuidados, mais risco para quem precisa de ajuda imediata.
É verdade que existe um compromisso antigo do município, iniciado em mandatos anteriores, de comparticipar 20% do custo de cada viatura. Mas o resto do montante não se inventa e a Associação não tem meios próprios para o suportar. Esta não é uma despesa de luxo, é uma necessidade vital.
A segunda prioridade tem a ver com a substituição do depósito de águas quentes do quartel, equipamento com meio século de uso. Está obsoleto, funciona com resistências elétricas em vez dos painéis solares e representa eventuais riscos de segurança. A urgência é evidente e o custo, embora significativo (um gerador para várias valências comunitárias na vila oscilará entre 17 mil e 20 mil euros, dizem-me), é incomparavelmente menor do que o valor de hipotético acidente.
A terceira necessidade prende-se com os portões do quartel. Pesados, manuais e inseguros, dificultam a saída rápida das viaturas em momentos em que cada segundo conta. Substituí-los por portões automáticos não é uma questão de conforto, mas sim de operacionalidade e segurança.
Estas três prioridades não são um capricho de dirigentes, são exigências mínimas para que os Bombeiros possam continuar a servir a população com a eficácia e a prontidão que sempre caracterizaram a sua missão.
Deixo este alerta em voz alta porque o silêncio, neste caso, seria cumplicidade com a inércia. Os Bombeiros de Constância não podem ficar sem a sua ambulância de emergência. Não podem ficar reféns de equipamentos caducos. Não podem depender apenas da boa vontade individual de quem, por generosidade, resolve ajudar.
A Associação Humanitária é de todos nós. Se a deixarmos fragilizar-se, fragilizamos também a protecção das nossas famílias. Não falo em nome de nenhum órgão, nem como porta-voz de uma direção. Falo apenas como José Luz, antigo presidente da Assembleia Geral, mas acima de tudo como cidadão de Constância.
E o que digo é simples: ou a comunidade e as entidades públicas se mobilizam, ou corremos o risco de perder um serviço essencial. E quando perdermos, será tarde demais para lamentar.
José Luz (antigo presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros de Constância)»