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A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu cerca de duas toneladas de canábis e deteve dois cidadãos estrangeiros durante a Operação “Ortiga”, realizada na zona de Mação, distrito de Santarém. A investigação, que teve início em maio e está centrada em empresas ligadas à canábis medicinal em Portugal, continua a desenvolver-se em articulação com o Infarmed.

De acordo com um comunicado da PJ, a operação visou desmantelar um grupo criminoso dedicado à introdução de grandes quantidades de canábis em mercados europeus e africanos. A ação foi conduzida pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, no âmbito de uma nova linha de investigação aberta no início de julho.

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Apesar de não haver confirmação oficial sobre o envolvimento de empresas específicas, a única entidade licenciada pelo Infarmed com sede em Ortiga, Mação — local que dá nome à operação — é a GreatSoul Pharma, dedicada ao cultivo, importação e exportação de canábis medicinal. O CannaReporter não conseguiu, até ao momento, confirmar se a empresa está diretamente relacionada com o caso.

Entraram no negócio da cannabis medicinal para traficar droga a partir de Mação

As estufas alvo de buscas na semana passada, numa operação intitulada precisamente Ortiga, pertencem à sociedade unipessoal Greatsoul Pharma Portugal, e cuja primeira pedra foi lançada em 2021 numa cerimónia que contou com a presença do então presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, que na altura salientou o empenho da autarquia num projecto que envolvia um investimento de três milhões de euros e a criação de cerca de 25 postos de trabalho

Segundo a PJ, o grupo visado é composto por cidadãos nacionais e estrangeiros que terão adquirido empresas farmacêuticas e infiltrado sociedades comerciais com licença para operar no setor da canábis medicinal. Através da utilização de documentação e certificados falsos, o grupo terá aproveitado vulnerabilidades no sistema de controlo e fiscalização das exportações para desviar grandes quantidades de produto para o mercado ilegal.

Com os indícios reunidos, a polícia levou a cabo várias diligências de investigação em território nacional, com o objetivo de recolher prova e travar a atividade ilícita que estaria a decorrer há vários meses. Os dois detidos foram presentes à autoridade judiciária, tendo ficado sujeitos a medidas de coação não detentivas.

As investigações continuam em curso.

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