A população de três aldeias de Torres Novas contesta o corte com postes e correntes de alguns caminhos em torno da Quinta do Marquês, reivindicando a passagem por “caminhos públicos milenares”. Na quinta-feira à noite, durante a reunião da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara indicou que tem agendada uma reunião com os proprietários da Quinta do Marquês para esta semana.
Em declarações à Lusa, Margarida Manteiga, 47 anos, residente no lugar de Casais Sebes, disse que “os novos proprietários da Quinta do Marquês colocaram uns postes e correntes que vedaram o acesso à estrada romana [que liga ao Bom Amor] e à estrada que passa por dentro da Quinta”.
Os dois acessos, explicou, sempre foram do domínio público e utilizados pelas populações dos Casais Sebes, Gateiras e Valhelhas como acesso a Torres Novas, cidade que fica a cerca de três quilómetros das aldeias.
“Estão a impedir a passagem de pessoas e veículos em estradas que são públicas, com correntes e uma placa que diz propriedade privada, e das quais a população destes lugares não abdica e nem foi consultada sobre esse assunto”, afirmou Margarida Manteiga, adiantando que desde terça-feira, dia 25 de junho, a população dos Casais Sebes está “enclausurada no meio do campo”.
Salientando que a estrada romana é pública desde há dois mil anos” e que, “nas últimas décadas, tem-se tornado um percurso pedestre muito utilizado pelas pessoas destas aldeias e de Torres Novas”, Margarida Manteiga recordou que “nos anos 60 houve uma tentativa por parte do Conde da Foz de vedar a estrada que passa por dentro da propriedade”.
Contudo, relatou, a população manifestou-se e impediu o corte do acesso. Agora, a habitante no lugar de Casais Sebes, apela à intervenção dos responsáveis autárquicos.
Lusa















