Celebra-se hoje o dia internacional da mulher. Há quem ache um dia frívolo, porque é um dia por ano, como outros, mais ou menos tocantes, há quem ache que é um dia importante para realçar diferenças em relação aos homens.
Em Portugal, de acordo com os dados nacionais mais recentes disponíveis, os salários médios das mulheres são inferiores em 15,8% aos dos homens, o que corresponde a 58 dias de trabalho remunerado.
Com o objetivo de chamar a atenção para a persistência desta disparidade salarial entre mulheres e homens, assinala-se no dia 4 de novembro o Dia Nacional da Igualdade Salarial, marcando o número de dias extra que as mulheres têm de trabalhar num ano para atingirem o mesmo salário que os homens ou, numa outra perspetiva, é como se a partir de 4 de novembro, e até ao final do ano, as mulheres deixassem de ser remuneradas pelo seu trabalho.
Em 2016, a diferença da remuneração média mensal de base das mulheres em relação à dos homens baixou 0,9% face ao observado em 2015. De facto, a evolução da disparidade salarial entre mulheres e homens ao longo dos últimos anos, confirma uma tendência para a redução deste diferencial, com uma diminuição de 2,7% na remuneração base e de 2%. no ganho médio mensal.
É uma luta constante. Estamos em 2024, bem para além da treshold dos tempos modernos. A mulher trabalha mais, a ela se exige mais em termos familiares e, no entanto, continuam a ser discriminadas na retribuição salarial.
O EOL deseja um bom dia da mulher. Mas não se convence nem é convencido por haver um dia num ano dedicado às mulheres. A igualdade é um direito, não é um dia festivo que assinala a condição feminina. Onde estariam homens e mulheres sem as mulheres?