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O Centro Cultural do Entroncamento encheu na tarde deste feriado de 25 de abril para ouvir os poemas e canções de Abril, trazidos por Carlos Mendes, que há um ano assinalou os 50 anos de carreira.

Carlos Mendes gravou em 2018 o álbum “Festa da Vida”, ao fim de 20 anos sem gravar.

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“Festa da Vida” que dá nome ao disco, foi a canção com que venceu o Festival da Canção da RTP em 1972 e que agora é vestida com nova roupagem, assim como “Amélia dos Olhos Doces”, “Ruas de Lisboa”, “Alcácer que Vier”, “Siripipi de Benguela”, “Vagabundo do Mar”, que resgataram grandes aplausos da plateia.

Carlos Mendes voltou a estúdio para regravar alguns dos muitos êxitos da sua carreira, após 19 anos de ausência dos estúdios de gravação o vencedor dos Festivais da Canção de 1968 e 1972 revisitou 10 canções que ao longo de cinco décadas de carreira a solo e de cinco nos Sheiks marcaram não só o percurso deste intérprete, como a música portuguesa em geral.

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Os temas incluídos neste álbum são Festa da Vida (FC/ESC1972), Alcácer que Vier (1976), Amélia dos Olhos Doces (1977), Ruas de Lisboa (1978), Siripipi de Benguela (1980), Deixar nas tuas mãos (1994), Não me peças mais canções (1994), Vagabundo do mar (1997), Para ti meu amor (2013) e o tema extra Penina composto por Paul McCartney para o grupo Jotta Herre.

Estes nove temas têm música de Carlos Mendes e as letras pertencem a António Botto, Joaquim Pessoa, Manuel da Fonseca e a Mário Soares que escreveu o poema Para ti meu amor para sua mulher Maria Barroso quando esteve preso no antigo regime.

Carlos Mendes sublinhou o seguinte:
Não musiquei o texto todo. Eu fazia um programa na televisão que era o Falas Tu Ou Falo Eu, com o Fernando Tordo, e um dia foi convidada a Maria Barroso. E a minha mulher, que era muito amiga do Carlos Ventura Martins, que era na altura assessor do Mário Soares, disse-lhe que se lembrava que ele tinha escrito um poema à mulher, na prisão, e pediu-lhe se ele não lho arranjava. E lá conseguiu. Tirou uma fotocópia e deu-lho. Eu musiquei-o e a senhora desfez-se em lágrimas ao ouvi-lo. No disco, a canção ganhou novas roupagens. A outra estava muito electrónica e o Paulo Sérgio fez agora um arranjo fabuloso com essa música. Desta vez não me meti em nada, fui mesmo só cantor.

Segundo as próprias palavras de Carlos Mendes ao jornal Público e citamos: A base são dois pianos, acústico e eléctrico, e um violoncelo. Mas juntámos, em algumas músicas, um quarteto de cordas. E uma bateria muito soft.

Tanto no disco, como nos espetáculos Carlos Mendes contou com a participação do seu filho mais novo de nome artístico Jazzafari, que faz as vozes adicionais em Siripipi de Benguela.

Carlos Mendes representou por duas vezes Portugal na Eurovisão, a primeira foi em 1968, em Londres, com o tema Verão e a segunda aconteceu em Edimburgo, em 1972 com A Festa da Vida. Curiosamente em ambos os temas apenas foi o intérprete.

In https://festivaiscancao.wordpress.com/

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