
Quem disse que os monovolumes são automóveis chatos e sem interesse? O novo classe B vem provar o contrário mostrando-se como um familiar com estilo, dinâmico, tecnológico e com uma pontinha de emoção.
O design exterior do classe B assemelha-se um pouco ao classe A, principalmente na parte dianteira, onde partilha a grelha com a imponente estrela e os para-choques, que na versão ensaiada tem um spoiler inferior cromado para lhe conferir um ar mais requintado, na versão AMG Line umas “entradas de ar” de grandes dimensões. As óticas são semelhantes às do classe A, mas com um formato mais redondo e não têm os LEDs de circulação diurna em estilo boomerang. Na parte lateral a silhueta do classe B não mudou muito, contamos com umas jantes de 16 polegadas e uns cromados em volta dos aros das portas a par com o spoiler inferior do para-choques dianteiro. Na parte traseira temos umas óticas renovadas que continuam alongadas, mas muito mais finas o que confere ao classe B um ar mais jovem e elegante, pois as óticas usadas no modelo anterior já estavam um pouco “cansadas” dado que o formato era praticamente igual às do primeiro modelo que remonta a 2005. Contamos ainda com um pequeno difusor com uma faixa cromada, tal como na parte dianteira, e umas ponteiras de escape duplas, que infelizmente são falsas.
O interior do classe B é muito semelhante ao do classe A, com a diferença de que este tem um ar mais sóbrio e menos desportivo e jovem.
A qualidade de construção é excelente, os materiais usados são muito bons. O tablier está coberto por um material suave à exceção dos plásticos usados na consola central, em volta das saídas de ventilação e numa faixa no lado do pendura que imita alumínio. Essa faixa de “alumínio” existe também nas portas onde os materiais são bons, estando estas parcialmente cobertas por pele.
O painel de instrumentos analógico é história. O classe B conta com o novo painel totalmente digital, que na versão ensaiada incluía o opcional dos dois ecrãs de 10 polegadas. No ecrã diretamente à frente do condutor temos o painel de instrumentos digital, onde é possível visualizar toda a informação que se espera de um computador de bordo, como médias de consumo, rádio, etc. A grande novidade está nas novas dinâmicas que este apresenta, como por exemplo, podermos trocar o tipo de manómetros entre o clássico, eco ou desportivo, informação da viatura e até mesmo colocar o mapa da navegação na parte central. No ecrã central podemos interagir entre vários menus como a navegação, rádio, configuração da viatura, entre outros. O classe B conta com o novo sistema de infotaiment MBUX, que reconhece comandos por voz. Por exemplo basta dizer “Olá Mercedes” para ativar o sistema, e de seguida podemos dizer “Tenho fome”, o sistema vai assim, apresentar opções de restaurantes na zona em que nos encontramos.
O sistema de navegação tem uma novidade que é a realidade virtual. Quando nos aproximamos de um cruzamento em que temos que virar à direita ou esquerda, a camara frontal do veículo capta a imagem onde são colocadas umas setas cintilantes, bem ao estilo de um videojogo. O volante tem uma boa pega e uma boa pele muito agradável ao toque, mas o seu ex-líbris está nos comandos multifunções que até ao lançamento do classe A só estava disponível nos segmentos superiores, como o classe S. No lado direito podemos comandar o volume do rádio e todo o ecrã central, pois este tem um pequeno touchpad para podermos navegar sem ser preciso alcançar o touchpad na consola central. No lado esquerdo controlamos o ecrã do painel de instrumentos, também através do pequeno touchpad. Controlamos também o cruise control. Ainda na tecnologia, mas nas ajudas à condução, o classe B conta com câmara de estacionamento com vários ângulos, manutenção na faixa de rodagem, aviso de colisão e do ângulo morto, entre outros. A habitabilidade é muito boa, não fosse o classe B um monovolume. Na parte dianteira temos muito espaço para irmos confortáveis, e na parte traseira o espaço também é bastante bom, só se desaconselha o transporte de adultos no banco central devido ao desnível no solo que se pode tornar um incómodo. A bagageira tem um boa dimensão com capacidade de 455 lt e 1540 lt aquando os bancos rebatidos.
A versão ensaiada vem equipada com um motor a diesel 1.5 cilindrada com 116 cv com uma caixa automática de 8 velocidades (8G-DCT).
A experiência de condução do classe B é calma e relaxante. Mesmo com o banco na sua posição mais baixa sentamos alto, o que significa que temos uma ampla visão do que se passa à nossa frente, graças também ao enorme para-brisas que permite um ângulo de visão bastante bom. O seletor de velocidade da caixa automática encontra-se junto ao volante como se fosse o seletor das escovas. Para muitas pessoas pode ser mais prático, mas nós continuamos a preferir o modo “tradicional” e ter o seletor na consola central. O que também está na consola central é o seletor “Dynamic Select” que alterna os modos de condução entre “Eco”, “Normal” ou “Sport”. Dada a natureza do motor presente na versão ensaiada, as diferença só são notórias com mudança mais baixa, em que notámos que o motor está mais “disponível” para sair de um cruzamento com o modo “Sport” ativo. Quando o carro já vai embalado, o modo “Sport” não faz muita diferença pois o motor tem pouca potência para o tamanho e peso do classe B, o que limita a sua performance. Quando queremos fazer uma condução mais desportiva e brincar nas curvas, o classe B não nos dá perceção, mas mostra fraqueza da sua altura e suspensão suave com o rolar ligeiro da carroçaria. É de salientar que o classe B é um monovolume familiar e não foi desenhado para a condução desportiva. O classe B é ótimo para uma condução calma, pois conseguimos obter consumos excelentes a rondar os 6,5 lt por 100 km. A suspensão suave em conjugação com os bancos ergonómicos também ajudam a ter viagens muito confortáveis, mesmo que longas, tal como a insonorização que é boa e não deixa entrar os “barulhos chatos” do exterior, especialmente a alta velocidade.
Em suma, o classe B é um ótimo monovolume com imenso espaço e ideal para uma condução calma e confortável com uma posição de condução elevada. Caso se pretenda um pouco mais de “performance à Mercedes” o ideal é fazer o upgrade para os motores a gasolina mais potentes, mas quando uma pessoa procura um classe B não é esse o intuito, pois para esse tipo de condução temos o classe A. Por isso é que o classe B é o monovolume por excelência e não tem “nada a justificar”.
O classe B paga 107,83€ de IUC, e pode obter um partir de 34 949,99€, com a versão ensaiada a custar 42 964,27€.
Um obrigado à equipa da Sodicentro Leiria pela cedência da viatura para ensaio.
Na galeria em baixo deixo-vos também fotos do classe B equipado com AMG Line que se encontrava em showroom.
Para mais ensaios e notícias: https://firstgearpt.wixsite.com/firstgearpt
Vídeos de ensaios: https://www.youtube.com/channel/UCNcAutlcYx0910ur41hakCQ





















