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Atendendo à situação de seca extrema nacional, a Câmara Municipal e os Serviços Municipalizados de Abrantes vão reforçar as medidas de poupança do uso da água da rede pública e a otimização dos recursos hídricos.  O anúncio foi feito pelo Presidente da Câmara, esta terça-feira, durante a reunião do Executivo, tendo Manuel Jorge Valamatos afirmado que a fiabilidade dos sistemas ainda garante em condições normais o abastecimento a toda a população do concelho, mas perante o novo contexto nacional de seca, tendo destacado a situação da albufeira de Castelo do Bode, urge a necessidade de implementar medidas extraordinárias e preventivas.

Do conjunto de ações a colocar em prática, destacam-se:

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  • Reforçar a redução dos tempos de rega em espaços verdes para o tempo estritamente necessário à sobrevivência das plantas, sendo que os de maior dimensão (em parques urbanos e as 102 hortas comunitárias) já são regados a partir de furos de captação. Todos os espaços verdes dispõem de sistemas de rega automática, possuindo programadores, de modo a que os períodos de rega coincidam, maioritariamente, com as horas de menor consumo (noite) e de menor evapotranspiração.
  • Continuar a redesenhar áreas verdes, agrupando as espécies segundo as suas necessidades hídricas e, sempre que possível, optar por plantas menos exigentes em necessidades hídricas, recorrendo se possível a espécies autóctones;
  • Desenvolver um projeto global de captação de água de origens alternativas para usos “menos nobres” do que a água tratada, para rega de espaços verdes e, em alguns casos, para lavagens e abastecimento de veículos de combate a incêndios. Existem já distribuídos pelo concelho locais para abastecimento de veículos de combate a incêndios, evitando assim o desperdício de água tratada para consumo humano.
  • Colocar contadores inteligentes nos maiores consumidores de água públicos e privados para identificar possíveis roturas ou fugas nos seus sistemas. Presentemente está a ser desenvolvido um projeto piloto de contadores inteligentes, instalado na localidade de Esteveira, que permitem a leitura automática dos contadores, bem como identificar fugas de água e controlo dos consumos nas casas;
  • Continuar a substituição de condutas de ramais mais antigos e com maior percentagem de fugas;
  • Diligenciar junto da concessionária Abrantáqua a implementação, o mais rapidamente possível, do projeto LIFE PHOENIX, que pretende desenvolver soluções eficientes para a produção sustentável e segura de água para reutilização a partir de águas residuais provenientes de tratamento secundário, de acordo com os novos requisitos europeus;
  • Desativação total ou parcial de lagos e chafarizes ornamentais, que não possuam ainda sistemas de recirculação;
  • Intensificar fiscalização dos usos da água dos fontanários públicos;
  • Generalização de temporizadores, sempre que possível tecnicamente, nos sistemas de torneiras e chuveiros de edifícios sob gestão municipal (balneários, instalações sanitárias públicas, equipamentos desportivos, etc.) bem como nos fontenários públicos;
  • Proibir enchimento de piscinas;
  • Continuar a ampliação da rede de telegestão;
  • Reforçar as campanhas de sensibilização junto da população para o uso racional da água e da energia.

Estas medidas juntam-se às ações de política estratégica, a longo prazo, iniciadas no princípio do século XXI quando foi decidido a captação e distribuição de água a partir da albufeira de Castelo do Bode. Um investimento continuo, que até ao momento já ultrapassou os 13 milhões de euros, cuja intenção é defender a eficiência hídrica e a antecipação de períodos de seca e, ao mesmo tempo, aumentando a disponibilidade e qualidade de água em todo o concelho.

Manuel Jorge Valamatos reforçou ainda que a Autarquia e os SMA continuarão a investir em campanhas de consciencialização da utilização racional da água e de forma a evitar o desperdício.

O município solicita à população que intensifique os cuidados de poupança de água da rede pública de abastecimento para consumo humano, eliminando o seu uso supérfluo e restringindo o seu consumo ao estritamente necessário. Só com a ajuda consciente e responsável de todos conseguiremos evitar constrangimentos de maior ordem.

Tendo em conta o contexto da pressão climática associada à escalada dos preços energéticos, a Câmara Municipal de Abrantes decidiu colocar em prática um conjunto de medidas de poupança energética abrangendo equipamentos e edifícios municipais, esperando-se que sejam convertidas em poupanças significativas.

Durante a semana que compreende os dias 11 de 18 de agosto, e até tempo indeterminado, as alterações ao sistema de iluminação decorativa de alguns locais serão as seguintes:

  • Igreja de São Vicente (Desligar depois da 24h00);
  • Ponte Rodoviária de Abrantes (desligar totalmente);
  • Avenida de Aljubarrota (antecipar o desligar em uma hora);
  • Iluminação exterior da fachada do Panteão dos Almeida (intramuros do Castelo) (desligar permanente);
  • Iluminação decorativa da Torre de Comunicações (a partir 02h:00);
  • Iluminação exterior dos centros escolares de Bemposta, Alferrarede, Rio de Moinhos e Tramagal (desligar totalmente).

Em articulação com a E-Redes (EDP), antecipar o desligar da iluminação pública em todo o concelho, em pelo menos 30 minutos/dia, antes da hora atual, até 15 de setembro.

A médio prazo (2022/23), irá proceder-se à substituição das luminárias de iluminação pública por luminárias de Led’s no Centro Histórico de Abrantes e em várias avenidas da cidade, bem como nas áreas do Parque Industrial Norte e Sul e do Parque Urbano Ribeirinho, Aquapolis Norte e Sul. Ao nível dos equipamentos desportivos, serão substituídos os projetores existentes por projetores de LED’s nos Campo de Futebol 1, 2 e 3 da Cidade Desportiva e no Pavilhão Desportivo do Pego. O mesmo processo decorrerá também nas salas de aula e nas áreas de circulação da Escola António Torrado.

Por outro lado, a Câmara tem em desenvolvimento um processo para implementação de duas Comunidades de Energia Renovável (CER), uma para dar resposta às empresas instaladas na Zona Industrial de Abrantes (sul e norte) e outra para fornecimento de energia renovável a equipamentos públicos. Já a CIM Médio Tejo, no seu todo, tem em desenvolvimento um estudo de implementação das CER que contribuem para um sistema energético sustentável e têm como objetivo utilizar a energia renovável de fontes locais para satisfazer as necessidades das respetivas localidades.

Será ainda realizada uma campanha interna de intervenção pedagógica dirigida aos trabalhadores do município e difundidos apelos à comunidade sensibilizando para o uso racional das energias primárias, água, energia.

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