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Nas cálidas águas do rio Lethes, certo Estio naveguei…
Impulsionado por Éolo, abraçado ao meu amor.
Era o rio do esquecimento, mas jamais esquecerei
Aquela grácil Ninfa, que me tratava por seu rei,
Soberano que venceu o mostrengo Adamastor!

Por oceanos ignotos de marés encapeladas…
Zarpei com minha amada ao encontro do Mistério!…
E jamais esquecerei, aquelas noites enluaradas…
Abraçados no convés, olhando as estrelas enciumadas…
Nosso barco era o mundo! Era todo o nosso império!

Qual DiCáprio de peito aberto no Titanic, encostado ao gurupés,
Te levei a conhecer outras terras, novo Mundo!
Indiferentes às ciladas, aos maremotos, bravas marés…
Contornámos a “Boa Esperança” e o Corno d’África, lés-a-lés…
Rota aberta pelos luso-nautas del-rei João Segundo!

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Naveguei pelo mar Báltico, pelo Cáspio, pelo Jónico…
Sonhei-me novo Sindbad – O Marinheiro de Bagdá!
Entre as tribos em disputa fui um justo salomónico…
Entrei pelo grego Hades, fui cretense, fui salónico…
Subi lesto o rio Eufrates, e atraquei em Bassorá!

Rumo ao mar da Felicidade, mar de cupídicos horizontes…
Enfrentámos tormentas, piratas, vendavais!…
Douro acima, mui felizes, percorremos todas as pontes,
E já nas suaves “águas” da idílica Trás-os-Montes,
Naufragámos na temida “Mindanau”, junto à casa de seus pais!

Autor: Alfredo Martins Guedes

 

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