- O que destaca no seu programa (No máximo de 3000 carateres):
Destaco a visão para uma cidade segura, sustentável e com um nível de educação e cultura acima da média. Pretendo mesmo que seja um exemplo, para todas as cidades do país com dimensão equivalente, como já se demonstrou ser possível ambicionar.
A segurança de todos, a integridade física, o património público e privado de associações, famílias e indivíduos serão a prioridade. O Entroncamento incorporou, nos últimos anos, a insegurança como marca d’água indelével e cada vez mais saliente, desvalorizando a identidade de todo o concelho.
Iremos adotar uma atitude de Tolerância Zero à insegurança, através da criação de um conjunto de medidas e iniciativas, como a instalação de um sistema de videovigilância. Outra medida será o Gabinete Municipal especializado em matérias de Segurança, para identificar todos os problemas deste âmbito e propor soluções, baseadas em boas práticas já referenciadas em cidades nacionais, europeias e mundiais.
O Provedor Municipal da Segurança, na dependência direta do Presidente, estará na linha da frente deste gabinete. Será o elemento de ligação com o público. Terá como função a salvaguarda dos direitos das pessoas do concelho em matéria de segurança, aconselhando os melhores procedimentos e evitando a descontinuidade da comunicação das ocorrências, sempre que os canais institucionais não consigam cumprir com as suas funções.
Outra medida a pôr em prática será a proposta de constituição das brigadas móveis de intervenção rápida, compreendendo forças de segurança, grupos de intervenção especial e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo.
Numa outra vertente, o Plano Municipal para a Criança e o Jovem merece nota de destaque. Afinal, temos planos para quase tudo e mais alguma coisa e não temos um plano para as crianças e para os jovens, que serão o futuro do concelho?
A aprendizagem da natação para todas as crianças, com o objetivo de um desenvolvimento saudável e numa lógica de prevenção de acidentes em meio aquático, será uma prioridade do apoio ao desenvolvimento das nossas crianças, bem como uma melhor nutrição nas escolas.
Mas ainda mais. O Entroncamento é um concelho “exportador” de juventude!
Muitos jovens, depois da escolaridade obrigatória, do ensino médio profissional e do ensino superior, vão para outros concelhos alimentar com as suas competências as atividades económicas aí existentes. Mas ao mesmo tempo é um concelho que recebe pessoas de diferentes origens e proveniências, para os quais foram criadas (e bem) apoios e estruturas de acolhimento, evitando tornar o concelho numa bomba relógio social. Mas se há apoios para estas pessoas porque é que não há apoio para os nossos jovens ajudando-os a fixarem-se no concelho e desta forma a rentabilizarem o investimento feito pelas suas famílias.
Não podemos continuar a fazer isto às nossas crianças e aos nossos jovens.
Pretendemos também que o Parque Verde do Bonito seja uma referência na região. Aumentaremos a área útil e criaremos o Parque Aventura, para os mais jovens. Mais zonas de lazer e de atividade física, para toda a população, serão acrescentadas às existentes.
Criaremos a Casa da Cultura, Artes e Ofícios para melhorar o nível cultural do concelho, projetar os artistas da cidade e aumentar a frequência de eventos culturais, bem como incentivar os artesãos, perpetuando os respetivos ofícios.
A população idosa terá um acompanhamento de proximidade, para minimizar a vulnerabilidade associada à sua condição e será otimizada a rede de acompanhamento em proximidade desta população.
A revitalização do comércio será outro aspeto a destacar, com medidas de política, para apoio e incentivo à modernização e inovação do comércio local, bem como atividades complementares para dinamização da empregabilidade das pessoas;
Fazemos tudo isto e muito mais para se viver melhor e com orgulho na cidade. A concretização desta visão está na sua mão!
- Porque acha que deve ser eleito:
Porque conheço bem o Entroncamento onde nasci, cresci, vivi, trabalhei e tenho muito afeto por esta terra que precisa de mudar, para alcançar um patamar que possa ser motivo de orgulho para os seus habitantes.
O facto de ter trabalhado desde muito cedo na Universidade de Lisboa e de estar ligado à mais exigente faculdade de desporto do País, preparou-me bem para situações desafiantes, para a resolução de problemas recorrendo a soluções inovadoras e foi primordial até para o desenvolvimento de capacidades empreendedoras.
O trabalho em clubes e federações desportivas de alta-competição incutiu-me uma atitude competitiva orientada para os resultados e ajudou-me a melhorar a capacidade de persistência e a capacidade de trabalho de elevado desempenho e de grande exigência.
A experiência e coordenação de projetos nacionais e internacionais realizados na administração pública central, no âmbito da Secretaria de Estado do Desporto e do Instituto do Emprego e Formação Profissional, também contribuiu para desenvolver capacidades de liderança e coordenação de equipas e projetos de grande dimensão.
Estas e outras experiências deram-me uma adequada preparação e “know-how”, para estar apto para os mais diversos desafios como seja a candidatura à presidência da CME e a respetiva gestão e administração, durante os próximos anos.
Para além de tudo isto, ser eleito para a CME é um motivo de orgulho pessoal e representa a concretização de um desejo antigo, pela importância que tem poder trabalhar para as pessoas do Entroncamento. Diria mesmo que não há sentimento mais significativo para o meu trabalho.
Considero que tenho uma visão com ambição, valor acrescentado e horizontes mais alargados, para perceber o que pode ser melhor para o desenvolvimento futuro do Entroncamento, evitando erros do passado e do presente.
- O que faltou fazer no último mandato:
Faltou resolver os problemas de insegurança, por falta de estratégia e de foco, para o desenvolvimento do Entroncamento. Não se identificaram as ameaças, não se definiram objetivos e consequentemente não se planeou a forma de os concretizar.
Assistimos a uma gestão fundamentalmente contabilística e demasiado tecnocrata, que limitou o desejável desenvolvimento da cidade.
Faltou dimensão política, para projetar uma adequada visão para a cidade.
Faltou capacidade de intervenção política junto do poder central, como foi o caso relacionado com a ferrovia e as oficinas que foram deslocadas para Guifões.
Faltou ambição no desenvolvimento e execução do investimento público, que ficaram aquém das expetativas e necessidades das pessoas, como foi o caso do Cineteatro São João.
Faltou atrair empresas de trabalho qualificado, bem como o correspondente capital humano.
Faltou criar programas para atrair e manter os mais jovens no concelho, oferecendo-lhes oportunidades de emprego e condições para iniciarem a sua vida e constituírem família, renovando assim o tecido socioeconómico do Entroncamento.
Faltou proximidade às pessoas, para ouvir as suas preocupações, para lhes dar oportunidade de participação e faltou facilidade de acesso aos serviços municipais.
Faltou fazer muito. No fundo, faltou uma cidade para as pessoas que sempre aqui viveram.
- O Entroncamento é uma cidade segura?
Pergunte-se a qualquer pessoa na cidade e a resposta é a de que têm uma perceção de um concelho inseguro, que se expandiu de uma zona perfeitamente localizada, para a generalidade de toda a área do concelho.
O problema da segurança está agora pior do que estava há oito anos atrás. A insegurança agravou-se.
A confirmá-lo está o recente pedido da Câmara Municipal para reforço do apoio policial junto do comando distrital da PSP de Santarém.
Apesar da extensão desta abrangência de insegurança a convicção é a de que os problemas são causados por um número reduzido de pessoas. Ou seja, uma reduzida percentagem de pessoas causa a maioria dos problemas de segurança.
Inexplicavelmente estas pessoas parecem difíceis de identificar e responsabilizar.
A “marca” Entroncamento está identificada com a insegurança e isso desvalorizou e continua a desvalorizar a cidade, o património municipal, o património das famílias, o património pessoal e desvalorizou o próprio território como opção de destino, comparativamente a outros concelhos de adjacentes.
- Se for eleito, qual é a primeira medida que vai tomar
Pôr a funcionar o Gabinete de Segurança, instituindo a figura do Provedor Municipal de Segurança, diretamente na dependência do Presidente da Câmara, para assegurar a informação e o conhecimento fidedigno das ocorrências e capaz de ter competência para acionar todos os mecanismos necessários à resolução imediata das situações irregulares.
O Provedor vai ser um ponto de referência e ajuda para os munícipes que, em qualquer circunstância, vejam ameaçados os seus direitos.
- O que é prioritário mudar na cidade?
Nesta altura, o tema com mais impacto negativo, na nossa imagem e reputação, como cidade, é o da falta de segurança. Esse é sem dúvida o tema prioritário.
Mas não é o único. Muita coisa foi esquecida. É necessário dar uma atenção especial, entre outros:
- à cultura, criando uma casa de apoio ao desenvolvimento das diversas artes e ofícios há muito feitos na cidade e que enriquecem o nosso património. Um espaço para valorizar a tradição e que seja a plataforma de ajuda para potenciar o muito talento existente na cidade;
- à educação, dotando as nossas escolas de funcionários adequados e suficientes, providenciando uma adequada alimentação das nossas crianças e enfim, dotar o parque escolar de todas as condições que garantam o bem-estar integral da comunidade escolar;
- ao comércio local, favorecendo as condições de apoio e divulgação para a cidade poder retomar o seu posicionamento económico na região;
- à limpeza e à beleza da cidade: quero uma cidade limpa, cuidada, sem a vergonha de contentores partidos e sem tampas e o lixo amontoado nas ruas. Precisamos dos terrenos limpos e dos jardins tratados. As entradas da cidade devem ser dignas, designadamente na Ponte da Pedra, na estrada da Barroca e na Rua Eng. Ferreira de Mesquita.
- A Covid-19 foi (está a ser) bem combatida na cidade?
Não considero ter havido na autarquia a atitude adequada. Falhou em duas situações fundamentais. Primeiro, devia ter divulgado amplamente pela população os focos geográficos dos casos (mantendo os dados anonimizados), para a salvaguarda de todos. Em segundo devia, muito especialmente o Presidente da Câmara, ter-se disponibilizado permanentemente e agradecido reiteradamente a todos os que, muito especialmente os funcionários municipais, permitiram que a cidade e o Município, não parassem totalmente durante a pandemia, correndo risco da sua própria saúde.
- O recente aumento da procura da cidade para viver, faz crer que o Entroncamento continuará a ser uma cidade-dormitório?
O Entroncamento será sempre a cidade que quisermos e o fruto do empenhamento que tivermos. E ser dormitório não tem que ser, à partida, um estigma. O importante é criarem-se condições para a cidade oferecer razões a todos, para uma plena vida pessoal e social, incluindo um trabalho sério a desenvolver pela autarquia, ao nível da oferta educativa, cultural, desportiva e de lazer, bem como profissional.
Se o Entroncamento oferecer aos seus munícipes uma perspetiva de futuro e não apenas condições transitórias de permanência, como hoje acontece, é decerto uma cidade destino e não um dormitório.
















