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Decorreram no passado dia 7 de Junho, nomeadamente, 61 anos sobre a morte do poeta Tomaz Vieira da Cruz.

Tomaz, nasceu na vila de Constância em 22 de Abril de 1900, junto à rua dos Ferreiros, numa modesta casa contígua à moradia que nos anos noventa veio a acolher o escritor Baptista Bastos. Faleceu em Lisboa, a 7 de Junho de 1960. Foi poeta, músico, jornalista, farmacêutico.

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A UCCLA – União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa reeditou em 2015 uma selecção de poemas da obra de Tomaz Vieira da Cruz É, sem dúvida, um reconhecimento internacional do valor e prestígio do poeta e da sua obra. Tomaz é referência obrigatória, por exemplo, na enciclopédia britânica. Como é sabido, a Câmara Municipal de Constância excluiu o poeta constanciense do mural municipal dos poetas. E não o cita nos textos oficiais.

Há cerca de duas décadas que se encontra pendente na Câmara Municipal de Constância um abaixo assinado da população para que seja reconhecido na toponímia o valor do seu conterrâneo. Na altura o escritor Meira Burguete ex–diretor do jornal «Macau Hoje» aceitou o meu desafio de promovermos essa homenagem ao ilustre constanciense que por vicissitudes da vida, passou parte da sua vida em Angola para onde foi trasladado após a sua morte.

A Câmara está a desenvolver diligências para entrar na posse do espólio de Lima Couto, segundo foi revelado há dias na imprensa regional. Nada faz, contudo, para adquirir a obra do poeta Tomaz Vieira da Cruz, ilustre conterrâneo, acaso elogiado pelo próprio Lima Couto como pude constatar num documento da casa museu deste quando o seu antigo proprietário ainda era vivo.

José Luz (Constância)

Constância (soneto)
por Thomaz Vieira da Cruz

Presépio com dois rios por moldura
Tranquilamente lembra o seu passado…
E tem no olhar a luz dum sol magoado
Notável Vila da Constância pura!

0h! Mutilada e  esquecida criatura
Velhinha sem maldade nem pecado
Que má guitarra encantou teu fado?
Notável Vila da Constância pura!

Na voz do Tejo, que é o nosso mar,
Vai reflectida a tua dor sem par,
Oh! Bem amada e minha ingénua irmã.

Temor que minha mãe guardou na morte
Terra moura enamorada e forte
Que o amor a Portugal tornou Cristã!

PS – não uso o AOLP. Lima Couto era ateu. Tomaz era católico e lutou contra o marxismo, na Guerra de Espanha. Percebe-se o interesse  dos autarcas de esquerda por um poeta e escritor que pouco tem a ver com a vila, apesar do seu espólio ali se encontrar. É a política ao serviço da ideologia.

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