O Lexus ES é um automóvel que nos transmite tranquilidade cada vez que nos sentamos ao volante. É silencioso, o sistema híbrido incute-nos uma condução calma com acelerações progressivas, enfim, é a materialização da tranquilidade.
Testei ambas a versão F-Sport e Special Edition, e considero esta última a versão a escolher, pois pelo preço da versão base temos alguns extras que apenas estão presentes na versão topo de gama Luxury.
O design exterior do Lexus ES é bastante distinto dos seus concorrentes, e é um carro muito bonito e que vira muitas cabeças.
Na parte dianteira temos a típica grelha Lexus com os formatos de boomerang, ou L, sendo que na Special Edition é cromada para dar um ar mais de requinte, e na F-Sport é preta para ter um ar mais desportivo. O L também está presente nas óticas como assinatura das luzes de circulação diurnas. O para-choques dianteiro no Special Edition é bastante simples, tendo apenas alguns pormenores cromados. No F-Sport é que tem umas grandes aberturas para poder ser mais desportivo. Na parte lateral a única diferença está nas jantes, que no F-Sport são de 19” e têm um estilo desportivo, e no Special Edition têm um aspeto mais requintado e são de 18”. Em ambas as versões temos a inscrição “hybrid” na base da porta traseira. A parte traseira é a que mais me desilude no ES, porque ao contrário de outras marcas, a Lexus não diferenciou as traseiras. No Special Edition temos um spoiler no topo da bagageira e um para-choques com uns cromados para dar um ar de requinte. No F-Sport é exatamente a mesma coisa! Nem umas ponteiras de escape desportivas (mesmo que falsas), nem um pequeno difusor, não temos nada, num carro em que a frente e a lateral são bastante desportivas.
O interior do ES tem bastante qualidade e as diferenças do F-Sport para o Special Edition são apenas os bancos, que no F-Sport são umas baquets desportivas, e o volante que tem uma pega um pouco mais desportiva. De resto temos bons materiais em quase tudo o que tocamos. Temos uma pele suave no tablier, nas portas, na consola central…. Enfim, uma qualidade boa quer nos bancos dianteiros quer traseiros.
Por falar nos bancos traseiros temos imenso espaço nestes. Conseguimos esticar as pernas sem problema, se formos altos também temos espaço relativamente ao tejadilho, e para levar três pessoas não será nenhum sacrifício pois o carro é largo e o desnível do solo no banco central é pequeno. Ainda é possível obter como extra umas cortinas para maior privacidade nestes bancos. Relativamente aos bancos da frente, quer as baquets do F-Sport, quer os bancos do Special Editon, são ambos muito confortáveis.
No que toca ao espaço de armazenamento temos uma bagageira de 454lts, um pouco menos do que nos seus concorrentes, mas a forma da mesma fá-la parecer maior e facilita o carregamento de objectos.
Nas tecnologias contamos com um painel de instrumentos digital com um conta rotações central, conta rotações esse que se desloca para o lado no F-Sport para fazer aparecer mostradores mais desportivos como indicadores do turbo e força G. No Special Edition isso não acontece porque temos os mostradores do combustível e temperatura do motor analógicos. O sistema de infotaiment é um pouco simples. Por um lado é bom porque é intuitivo de usar e os menus são fáceis de operar, no entanto um carro deste calibre merecia algo mais elaborado. O sistema tem uns gráficos bons e um aspeto que, para meu gosto pessoal, é bastante engraçado fazendo muito uso do azul. O que não é tão bom é o modo de operar o sistema, que é feito através de um touchpad igual ao dos ratos dos computadores portáteis. É um sistema diferente do que estamos habituados com rodinhas e afins, e é engraçado de usar quando estamos parados. Mas enquanto estamos a conduzir é um pesadelo para selecionar qualquer coisa e acabamos por clicar onde não queremos.
Nas ajudas à condução temos a manutenção na faixa de rodagem, aviso de pré colisão com travagem de emergência, cruise control adaptativo, câmara de marcha atrás, entre outros.
O ES vem equipada com um motor a 2.5 cilindrada a gasolina, que combinado com o motor elétrico “cria” um sistema híbrido a debitar 218cv e capaz de fazer consumos médios de 6,2lts por 100km (5,2lts em percursos simplesmente urbanos).
Para percursos urbanos, apesar da sua grande dimensão, o ES é bastante agradável de conduzir em cidade. O sistema híbrido proporciona-nos uma condução calma e relaxada com acelerações progressivas, e o carro é bastante silencioso. A suspensão é suave e que torna as irregularidades da estrada (como os empedrados) quase impercetíveis. A direção também é bastante leve o que torna as manobras bastante fáceis, o único problema é mesmo o tamanho do carro que para estacionar não pode ser em qualquer lugar. Em auto estrada também fazemos longas viagens muito confortáveis. A boa insonorização mantêm-se, os bancos são muito confortáveis e a condução também é tranquila. Para uma condução mais desportiva, o ES é capaz de a fazer, mas não é nada de extraordinário. Agarra razoavelmente bem nas curvas, a saída das mesmas é satisfatória, mas as trocas de caixa em patilhas são lentas, existe um atraso entre o nosso clique na patilha e ação da caixa. Depois como se trata de um híbrido com velocidade máxima limitada para poupar as baterias, a partir de certa velocidade o carro começa a perder folgo, sendo que esperávamos mais de um carro com 218cv.
Em suma, o ES é mais indicado para fazer uma condução tranquila e eficiente, e só assim é que conseguimos extrair os melhores consumos deste carro, que no final de contas é esse o intuito do mesmo, um executivo confortável, distinto da concorrência e com consumos excelentes.
O ES obteve 5 estrelas nos testes do EuroNcap, com 91% na segurança dos adultos, 87% na segurança das crianças, 90% na segurança dos pedestres e 77% nas ajudas à condução.
O Lexus ES 300h está disponível a partir de 62.900€ com a versão Special Edition. A versão F Sport custa 67.550€ sendo que ainda temos a versão de topo Luxury a custar 79.000€. O ES paga 204,81€ de IUC.
Vídeo com F Sport:
