Foto João Marques
João Marques joaomarques@entroncamentoonline.pt

O Mazda CX-30 é a peça que faltava na gama da Mazda, posicionando-se entre o CX-3 e o CX-5. O CX-3 é um pequeno SUV que tem por base o Mazda 2 (segmento B), e, o CX-5 é um SUV de grande/média dimensão que tem por base uma “versão alargada” do Mazda 3 (segmento C). Assim, o CX-30 apresenta-se com a alternativa que está no meio sem comprometer o melhor de dois mundos, tendo um espaço interior próximo do CX-5 para maior conforto, e uma carroçaria com dimensões próximas do 3 facilitando as manobras em cidade.

O design exterior do CX-30 é o típico Mazda, com a sua linguagem de design intitulada de “KODO – Alma do movimento”.

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A parte dianteira é muito semelhante à do 3, com as óticas a inclinarem para baixo, fazendo parecer que o CX-30 está com “ar de mau” e, uma imponente grelha a preto brilhante com contornos a cromado. Na parte lateral temos umas jantes de 18 polegadas, como se trata de um SUV, umas pequenas proteções plásticas em volta das rodas e embaladeiras. A parte traseira, à semelhança do 3, tem um aspeto arredondado, as óticas são finas e alongadas e tem duas ponteiras de escape verdadeiras! Só achamos que para o tamanho do CX-30, a Mazda deveria ter aumentado o tamanho das mesmas, pois ficam a parecer muito pequenas.

O design interior é muito semelhante ao do 3, é simples e limpo e, tem o condutor em mente. Por exemplo, todos os comandos são bem alcançáveis, temos umas saídas de ventilação inclinadas apenas para o condutor e a cabine está construída de uma forma que “engole” o condutor, muito semelhante ao cockpit de um avião.

A qualidade dos materiais é excelente, típico da Mazda, que tem os melhores interiores do seu segmento. Há material suave com efeito pesponto no topo do tablier e, na parte central um revestimento em pele. Na consola central temos um plástico piano black que não fica muito sujo com as dedadas, e, em volta do mesmo temos um material suave com efeito pesponto. No topo das portas existe também material suave, os frisos são em pele com efeito pesponto e no descanso do cotovelo é em pele muito suave. No que toca às portas traseiras já perdemos um pouco de qualidade, não na parte central e encosto de cotovelo, mas na parte superior que é toda em plástico.

Na parte traseira a habitabilidade é boa e muito melhor do que no Mazda 3, automóvel no qual o CX-30 se baseia. Para transportar três pessoas o 3 apresentava-se um pouco apertado e, pessoas mais altas bateriam com a cabeça no tejadilho devido ao seu formato inclinado. Isso não acontece no CX-30, onde existe imenso espaço para a cabeça, levar três pessoas não seria nenhum sacrifício dado que a carroçaria é larga o suficiente, sendo que o único ponto fraco é no banco central pois o desnível do veio de transmissão é significativo.

Em relação à tecnologia temos um ecrã central de 8,8 polegadas que tem uma qualidade de imagem boa. O sistema de infotaiment tem uma boa velocidade de processamento e é operável através de uma roda na consola central, ao contrário do que acontece hoje em dia em que é quase tudo tátil. Isto facilita a navegação, especialmente quando estamos em andamento. O painel de instrumentos é “semi-digital”, composto por três mostradores, os dois exteriores analógicos e o central digital. Só lamentamos que não dê para mudar o aspeto dos mostradores, podemos apenas passar entre várias informações como as ajudas de condução ativas, consumos, etc. O único aspeto que podemos alterar é o da barra de combustível e temperatura do motor. Na versão ensaiada temos ainda um sistema de som Bose.

Nas ajudas à condução contamos com assistente de estacionamento com câmara de visão traseira, dianteira e 360º, avisador do ângulo morto, assistente de manutenção na faixa de rodagem, assistente de travagem de emergência, cruise control adaptativo, e até um sistema de monotorização do condutor, que consiste numa câmara que está presente no ecrã central, que caso verifique que o condutor está a adormecer, emite alertas para o despertar.

A versão ensaiada vinha equipada com um motor a gasolina atmosférico, 2.0 cilindrada com 122cv e 213Nm de binário.

O CX-30 apresenta uma dinâmica de condução muito interessante.

Em autoestrada é muito silencioso, a cabine está bem isolada e não existem muitos ruídos provenientes do exterior. Em percursos urbanos também é fácil de manobrar com a sua direção e caixa de velocidades leves e precisas, o seu tamanho aproximado do 3, também o torna mais compacto e melhor para estacionamento.

Contudo, foi na condução desportiva onde este nos surpreendeu mais, pois dada a sua altura relativamente ao solo, o CX-30 tem um comportamento em curva digno de um hatchback, bem plantado nas curvas e sem qualquer tipo de rolamento do chassi, e apesar de não ter turbo tem uma boa resposta a sair em curva.

Relativamente aos consumos ronda os 7, 7,5 lts por 100 km, o que é bastante bom considerando que existem automóveis com motores mais pequenos a fazerem estes consumos. Isto deve-se ao facto de ter a tecnologia Mild-Hybrid e desativação de cilindros. A desativação de cilindros, como o próprio nome indica, desativa dois dos quatro cilindros existentes quando estamos a “rolar”, diminuindo assim os consumos. Por outro lado o sistema Mild-Hybrid consiste numa bateria que armazena energia que será usada em toda a parte eletrónica do carro, sendo que o motor fica encarregue apenas de dar energia às rodas evitando o desperdício da mesma.

A versão ensaiada custa 31 440 € e paga 204,21 € de IUC. No entanto pode obter um CX-30 a partir de 28 050€. Todavia, a Mazda tem uma campanha de lançamento até ao final do ano e limitada ao stock existente, em que podemos obter o CX-30 por 27 650 € com oferta do pack active sport e safety.

Vídeo Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=sXb3oLtD_Xo

Queríamos agradecer ao concessionário Julião e Filhos pela cedência da viatura para ensaio (www.juliaoefilhos.pt).

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