O líder e candidato a primeiro ministro do PS esteve esta segunda feira no concelho do Entroncamento acompanhado por Jorge Faria, presidente da Câmara, depois de ter sido criticado nos debates televisivos de nada fazer para resolver o problema da falta de oferta habitacional
Depois dos ataques de que foi alvo nos debates, Pedro Nuno Santos fez questão de visitar as obras que decorrem no Bairro Vila Verde dando o exemplo da autarquia para defender o que o governo fez em prol da habitação no país. E aproveitou para atacar a “direita inteira” na intervenção aos jornalistas, relembrando o duplo chumbo dos vereadores do PSD e do vereador independente, anteriormente ligado ao Chega.
Ladeado pelo presidente da autarquia, Jorge Faria, o candidato a primeiro ministro disse estar ali “para todos percebermos que há um país em obra, a construir e a reabilitar. Acabámos de ver um bairro devoluto há vinte anos, e que está agora com algumas obras concluídas para serem entregues em março, há um concurso já lançado”. E continuou, “queria mostrar que este é um trabalho que começou, que está a começar a dar frutos e que é preciso intensificar. É aqui no, Entroncamento, como é em Lisboa. As casas vão sendo apresentadas mas a verdade é que elas existem porque houve programas que o governo lançou”, defendeu.
As obras no bairro Vila Verde comportam a construção e reabilitação de 40 habitações públicas, 24 das quais já estão concluídas e que serão entregues em Março. O valor mensal do arrendamento destas habitações está balizado entre os 294 euros e os 350 euros. São casas desafetadas da CP, património publico devoluto há 20 anos, mobilizado para habitações e fazem parte de programas desenhados e financiados pela administração central, mas executados e atribuídos pelas autarquias.
Pedro Nuno Santos lembrou que podiam ser mais habitações não fosse o chumbo da direita, regressando a setembro e novembro de 2023 quando a oposição na Câmara do Entroncamento, chumbou a Construção de Habitação a Custos Controlados e Rendas Acessíveis, nomeadamente 100 fogos, no valor de 17, 3 milhões de euros, financiados na sua totalidade a fundo perdido, pelo PRR através do IHRU.
No dia 13 de novembro, já depois do chumbo de Setembro, Jorge Faria lamentava a posição adotada pela oposição. “Esta é uma clara atitude populista do PSD, para que não se avance com projetos estruturantes para o concelho, para que não seja possível avançar e desenvolver o Entroncamento”, acrescentando: “com o chumbo deste projecto de Construção de Habitação a Custos Controlados e Rendas Acessíveis, só há uma verdade, os jovens, as famílias e o concelho ficam prejudicados. A cidade é que perde”, lamentou o autarca do PS.
Nesta segunda feira, Pedro Nuno Santos fez questão de voltar ao assunto para ilustrar, no seu entender, a posição da direita. “Há um projeto de 100 habitações no Entroncamento que já foi chumbado pela direita duas vezes, o que mostra bem o compromisso que a direita inteira tem com a habitação. Nós queremos fazer casas, nós queremos reabilitar, nós queremos responder às necessidades do nosso povo. A direita quando tem a oportunidade de nos acompanhar e de apoiar, trava, por isso é preciso dar uma grande vitória ao PS”.
As obras hoje visitadas pelo secretário geral do PS representam um investimento de cerca de 3,7 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que tiveram início em fevereiro de 2023, com um prazo de execução de 360 dias. A obra resulta de uma intervenção direta do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), que será o senhorio e irá arrendar as casas depois de um concurso no âmbito do arrendamento acessível, já aberto para famílias de rendimentos intermédios.