Passaram alguns dias desde as eleições autárquicas que, localmente, conduziram a algumas alterações que me apraz agora comentar. Há alguns pontos que, sendo de particular relevância, importa agora esclarecer e, por isso, não posso deixar de os frisar.
Começo pelo resultado da lista que eu próprio encabecei. Não era o esperado, não era o merecido, não foi por ele que trabalhámos. Os membros da nossa candidatura mereciam, todos eles, mais. Apresentámos o melhor programa, o programa alternativo, com ideias centradas verdadeiramente nas pessoas, no seu bem-estar, no seu futuro. Talvez não nos tenham compreendido corretamente, talvez não nos tenhamos explicado da melhor forma. Mas, ainda assim, sabemos aceitar que os Entroncamentenses escolheram outro caminho… Custa, mas aceitamos. Perdemos, em média, 70 votos em relação ao anterior mandato, nada que nos faça afligir ou que nos coloque medo, é o caminho e o caminho faz-se caminhando.
Aqui estaremos diligentes, como sempre, a procurar acautelar o melhor para a nossa cidade, a fazer oposição séria, responsável, proativa, pela positiva. Continuaremos a fazer uma oposição como fizemos até aqui. Agiremos de acordo com o mérito das propostas, sem qualquer preocupação com quem as apresentou. Para nós, o bem da cidade e das pessoas que cá moram está à frente de tudo, e está, sobretudo, acima de partidos.
Nestes últimos dias, questionaram-me porque não teríamos ido coligados com outra força política e, como não tem sido nem um nem dois, permitam-me explicar publicamente a razão de não termos aceitado o que era efetivamente inaceitável. Pelo mérito, pela oposição, pela maneira de estar, pelas ideias e pela confiança que os nossos eleitores têm em nós, considerámos que teríamos de ser uma parte visível dessa lista e não uma mera “nota de rodapé”. Neste sentido, foi elaborada uma proposta, na qual estaríamos representados no terceiro lugar na lista do executivo, ou no primeiro na lista da Assembleia Municipal dessa hipotética coligação de direita. Não foi aceite, nem foi apresentada qualquer proposta alternativa pela outra parte. Temos respeito pelos nossos eleitores, não seremos um elemento decorativo, nem uma muleta de ninguém. Assim, foi impossível avançar.
Sabemos que connosco o paradigma ter-se-ia modificado: conseguiríamos ganhar em todas as frentes! Pena é quando alguns não conseguem ver para além do óbvio. Nós fomos os votos que faltaram, nós fizemos falta para fazer a mudança, para dar a volta. Nós, e não uns que por aí tentam vaguear, que não se viram nesta campanha eleitoral, mas que apareceram depois dos votos contados tentando mostrar que ainda por aqui andam talvez tentando fazer prova de vida.
Quanto ao fim da maioria PS, é fácil compreender. Foi o PS que a perdeu. Foi o PS que deitou tudo por terra, devido à falta de engenho na governação, à falta de atitude na concretização. Nós demos sempre o nosso contributo positivo, mas uma certa prepotência começou a pairar. Alertámos para tantas falhas, para tantos erros, mas não reconheceram nenhum. A machadada final, não foi a guerra interna, não foram as tricas entre os elementos da concelhia e do executivo. A machadada final foi mesmo a carta aos Comandos Distrital e Nacional da PSP, a dois meses e meio das eleições. Foi guardar para a última um problema de há tanto tempo. Foi reconhecer algo que negaram durante anos. Caíram em descrédito. Voltaram com a sua palavra atrás, e isso causou nos eleitores uma revolta e uma desconsideração que se refletiu seguramente nos resultados eleitorais.
O sentimento de revolta e de descrédito fez com que os populismos baratos, sem ideias, mas com ruídos de café, com meias conversas, crescesse. Infelizmente, poucos devem ter sido aqueles que assistiram ao debate. Caso contrário, teriam ficado elucidados da falta de argumentação, da falta de conhecimento, da completa falta de preparação, … da falta de tudo. Assim, teremos representantes de um partido que não sabem o que é a descentralização de competências, que vêem crimes, mas não os denunciam, embora falem que querem acabar com a insegurança, e que, ainda hoje, devem estar à procura de um mosteiro em Tomar.
Tivemos um pseudocandidato por todo o país, mas que não constava nas listas do nosso concelho, nem nas de muitos outros. Iludiram as pessoas com esse pseudocandidato e agora quero ver o pseudocandidato a conhecer e a dedicar-se ao Entroncamento. Atribuir mandatos a quem não conhece o nosso concelho não é a melhor solução para a cidade. “E quanto a este assunto não tenho mais nada a dizer.”
O Entroncamento ficou pouco governável, mas, ainda assim, é a nossa cidade. Poderão contar connosco para continuar a fazer o nosso caminho, poderão contar connosco para fazer oposição responsável, construtiva, avaliando tudo ponto a ponto, decisão a decisão.
A nossa vida não é a política, mas a política faz parte da nossa vida. Não nos demitiremos de fazer política, de lutar pelos nossos ideais e pelo melhor para a cidade. Sabemos quem somos e o que valemos e saberemos honrar sempre o voto que nos foi confiado. Temos receio dos tempos que aí vêm pela instabilidade que o executivo camarário aparenta ter, face ainda à incapacidade das forças nele representadas dialogarem entre si e despirem os interesses partidários.
Resta agradecer a todos os que acreditaram que seria possível dar uma alternativa à nossa cidade, àqueles que acreditaram em nós, que acreditaram nesta equipa, no nosso plano de ação, agradecer a quem votou em nós!
Obrigado a toda a equipa, todos acrescentaram valor, todos acrescentaram empenho. Obrigado!
O melhor está por vir, e nós queremos fazer parte desse melhor.
Conte sempre connosco.